Os comunicadores católicos na África Austral devem também chegar ao povo de Deus nas periferias, disse o Bispo Auxiliar da Beira, Moçambique, durante a sua apresentação no seminário de comunicação recentemente concluído em Benoni, África do Sul.
Sheila Pires – África do Sul, para o Vatican News
“Entre os ataques à Igreja Católica, a Igreja permanece seguro, a Igreja continua a ser uma voz crítica, a Igreja continua a ser credível, especialmente a Igreja católica em África, que é a esperança para a Igreja, continua a ser credível”, disse Dom António Manuel Bogaio Constantino durante o seminário de comunicação de 28 de agosto a 1 de setembro, sob o tema “Comunicar a fé com felicidade”, organizado pela Associação Inter-Regional dos Bispos da África Austral (IMBISA).
Dom António Manuel Bogaio Constantno, em vídeo-conferência
Ao partilhar histórias sobre os trabalhos da Igreja católica, Dom Constantino exortou os comunicadores católicos a chegarem de uma forma especial àqueles “em áreas onde as pessoas não têm acesso aos meios de comunicação social, nem à rádio e à televisão, (pois) confiam na Igreja para fontes credíveis”.
Em reação às observações de Dom Constantino, o diretor da Rádio Ecclessia da Diocese de Ondjiva, da Conferência Episcopal dos Bispos Católicos de Angola e São Tomé (CEAST), Padre Gaudêncio Felix Yakuleinge, disse ao Vatican News que os comunicadores/jornalistas católicos devem “olhar para o jornalismo como uma maneira de viver a fé, de ver a fé indo ao encontro dos irmãos, sobretudo daqueles que mais precisam, que se encontram nas periferias geográficas e, sobretudo, de Igreja ou periferias existenciais”.
Durante a sua apresentação intitulada “A voz da Igreja torna-se relevante no debate público”, o Dom Constantino apelou aos comunicadores católicos para “verificarem a informação” antes de a partilharem com outros. Dom Constantino também lamentou a falta de cooperação entre os meios de comunicação católicos em África e reiterou o apelo para o restabelecimento de um comité de comunicações ao nível da IMBISA.
Em conversa com Vatican News, o diretor da IMBISA, Padre Rafael Baciano Sapato, disse que dois Padres, um do Zimbabwe e outro de Angola, foram encarregados de gerir o comité de comunicações.
Segundo a Irmã Olga Massango, que fez uma apresentação sob o título ‘Falar com o coração: perspetivas pastorais para os Gabinetes Nacionais de Comunicação na era digital,’ o Comité “é uma confirmação acerca de como deve ser a colaboração e a sinergia entre os diferentes Países a nível da África Austral e sinto que ajudará a Igreja no campo da comunicação, a caminhar juntos e a pôr a comunicação como o catalisador de todas as pastorais a nível da Igreja.”
Irmã Olga Massango com comunicadores da IMBISA na África do Sul
Entretanto, o Coordenador do curso de Comunicação Social no Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela e vice-diretor da Rádio Ecclésia da diocese de Benguela da CEAST, Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla, disse ao Vatican News “que hoje não existe nenhuma área de conhecimento que não esteja atravessada pela comunicação. Aliás, a razão de ser da comunicação é comunicar. E então, o encontro que reúne todos os comunicólogos na área católica, na religião católica, faz-se urgente e necessário, na medida em que vai exigir dos comunicólogos uma interação e troca de informação.”
Foram ecos do seminário de comunicação realizado recentemente em Benoni (África do Sul), pelos Comunicadores da África Austral, sob o lema “comunicar a fé com felicidade”.
