O processo de escuta sinodal nos levou a identificar se havia relações ecumênicas. Perguntou sobre a nossa convivência com pessoas de outras Igrejas, procurando identificar se há um relacionamento saudável, ou indiferença e rivalidade. Um primeiro olhar mostrou que, aparentemente, não existe rivalidade. Falou-se do trabalho dos vicentinos em conjunto com evangélicos; relacionamento amigável, nos ambientes de trabalho; colóquio, entre líderes espirituais; algumas orações em conjunto, por ocasião da Semana de Unidade dos Cristãos e no período da pandemia. Foi lembrado que esse relacionamento é mais cordial, entre os membros das Igrejas mais tradicionais.
As respostas a esta questão do nosso relacionamento ecumênico, apontaram também algumas sombras, ou seja, algumas dificuldades. Em geral, há pouco conhecimento das outras Igrejas. Isso nos leva a ter medo do diferente. Também há pouco conhecimento, sobre o que se entende por ecumenismo. Alguns pensam que é juntar as Igrejas em uma só, ou uma forma de ser menos católico. Daí a tendência de manter certa distância e resistência. Há ainda o incômodo da rivalidade, que recorre sempre às disputas doutrinais; o radicalismo de todos os lados, que impede a aproximação e o colóquio. Vale lembrar que o período das eleições, inundadas de notícias falsas e maldosas, tornou essa situação ainda mais delicada.
Mas surgiram também pistas de como podemos avançar, nesse colóquio com os irmãos e irmãs de outras Igrejas. Apontou-se a necessidade de haver mais formação sobre o ecumenismo; e a necessidade de buscarmos realizar ações conjuntas, a favor dos mais sofridos, a favor da defesa da vida e da prática da justiça. Além disso, procurarmos aproximar-nos mais dos vizinhos, que participam de outras Igrejas; pois, o que nos une é bem mais do que aquilo que nos divide; e, conhecendo-nos uns aos outros, abrimos caminho de fraternidade e comunhão.