Juntos, os cristãos confiam ao Espírito um Sínodo para um novo modo de ser Igreja

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Caminhar juntos é sempre um desafio, também para os cristãos. A história separou aqueles que emergiram da unidade de Pentecostes. O Papa Francisco é um promotor da unidade na diversidade, da criação de caminhos comuns, entre os cristãos e dentro da Igreja Católica. Essa é uma das grandes razões para a convocação do Sínodo da Sinodalidade, o Sínodo para ser uma Igreja na qual todos sintam a necessidade de caminhar juntos.

Padre Modino – CELAM

Em uma sociedade polarizada, dividida e conflituosa, atitudes que repercutem na Igreja Católica, que não é e não pode ser algo separado do mundo, a necessidade de avançarmos juntos é cada vez mais urgente. Os crentes devem ser, e é isso que Francisco quer, mestres de unidade, de comunhão, de escuta e de colóquio, de discernimento em comum, caminhos que querem ser trabalhados neste Sínodo que começou com a oração ecumênica Juntos: confiar ao Espírito Santo, invocado com maestria e emoção, o trabalho da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, a ser realizada de 4 a 29 de outubro de 2023.

Uma iniciativa da comunidade de Taizé, à qual o Papa agradeceu, com a que Francisco convocou um caminho conjunto, não só para os católicos, mas para todos os cristãos, onde quer contar com todos, mas especialmente com os mais jovens, que tiveram um papel especial na celebração e são chamados a escrever o porvir. Pessoas de diferentes países, culturas, confissões cristãs, que, diante do Crucifixo de São Damião, rezaram juntas ao mesmo Deus em que todos acreditam, o Deus encarnado em Jesus Cristo.

É possível caminhar juntos

Ver o Romano Pontífice rezando junto com o Primaz Anglicano ou o Patriarca Ortodoxo, representantes de diferentes tradições cristãs, é uma expressão clara de que na Igreja Católica é possível caminhar juntos, ser uma Igreja sinodal, que traduz essa sinodalidade em expressões concretas que ajudam, por meio da escuta e do colóquio, a tornar realidade os caminhos comuns, que são uma expressão da presença de Deus e se traduzem em formas de vida que respondem melhor aos desejos comuns da humanidade, incluindo a paz, como testemunhado e solicitado na oração ecumênica.

Uma oração que também pediu o cuidado da lar comum, um desafio que transcende todos os credos, todas as denominações cristãs. Um cuidado que ajudará a aliviar o sofrimento dos mais vulneráveis, as primeiras vítimas de desastres naturais, nos quais a mão, ou a falta de mão, do cuidado, tem cada vez mais influência.

O silêncio que gera unidade e sinodalidade

Tudo isso se baseia no silêncio, um elemento muito presente na reflexão do Pontífice. Um silêncio que foi respirado em uma atmosfera presidida pelo desejo de que o Sínodo possa ajudar os protagonistas da celebração, os jovens, a desfrutar no porvir dessa Igreja de comunhão, participação e missão. Eles são os que melhor expressam o anseio que está presente no coração de Francisco, que quer ingressar para a história como o Papa da unidade, entre os cristãos e entre os católicos. Algo para o qual ele pede progresso no colóquio, que nos leva a testemunhar e aprender, e no discernimento, dois dos pilares deste Sínodo e da unidade entre os cristãos, que, nas palavras do Papa, “cresce no silêncio da Cruz”.

Uma oração ecumênica para encorajar os membros do Sínodo a ingressar em uma atmosfera de retiro durante os próximos três dias. É a eles que, animados pela força do Espírito, as igrejas do mundo inteiro, a Igreja Católica universal, confiaram a tarefa de aprofundar, em uma atmosfera de oração, escuta, colóquio e discernimento, os novos caminhos necessários para responder melhor ao Evangelho e aos sinais dos tempos.

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