Ao final desta sexta-feira, 27 de outubro, dia de jejum, oração e penitência convocado pelo próprio pontífice, a Basílica de São Pedro acolheu várias denominações cristãs para implorar a paz no mundo. Na conclusão do Santo Rosário e antes da Adoração Eucarística, Francisco rezou a Oração pela Paz, pedindo a intercessão de Nossa Senhora “nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas”.
Andressa Collet – Vatican News
O Papa Francisco presidiu a Oração pela Paz na Basílica de São Pedro ao final da tarde desta sexta-feira (27), encerrando o dia de jejum, oração e penitência que viu a participação de várias denominações cristãs e pessoas pertencentes a outras religiões. O Pontífice foi quem guiou o Santo Rosário e a Adoração Eucarística para implorar a paz no mundo.
Na conclusão do encontro na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco rezou a Oração pela Paz, invocando Nossa Senhora que “tem sofrido conosco e por nós”, ao ver muitos dos seus “filhos provados pelos conflitos, angustiados com as guerras que dilaceram o mundo”. Nesta que o Pontífice descreveu como uma “hora escura” em que o mundo vive, buscou o exemplo de Maria que sempre confiou em Deus diante das inquietações, dos temores e provações: “confiastes em Deus, e à apreensão respondestes com a solicitude, ao pavor com o amor, à angústia com o oferecimento”. E Francisco continuou:
Mesmo que estejamos “ocupados com as nossas necessidades e distraídos com tantos interesses mundanos”, não se canse de nós, insistiu o Papa a Maria, porque “sozinhos, não conseguimos”: “tomai-nos pela mão, conduzi-nos à conversão, fazei-nos colocar Deus em primeiro lugar. Ajudai-nos a guardar a unidade na Igreja, e a ser artesãos de comunhão no mundo”.
Na Oração pela Paz, Francisco ainda implorou “misericórdia” a quem “está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos. Enxugai as lágrimas das crianças, assisti os idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados, despertai a esperança”.
O Papa, ao concluir a Oração, pediu a intercessão de Nossa Senhora para “inspirar caminhos de paz aos responsáveis das nações”, para “reconciliar os filhos, seduzidos pelo mal, cegados pelo poder e pelo ódio”. Enfim, Francisco pediu “compaixão de todos”, ensinando-nos “a cuidar dos outros”.
A Oração pela Paz do Papa Francisco
“Maria, pousai o vosso olhar sobre nós; eis-nos aqui na vossa presença! Vós sois Mãe, conheceis as nossas canseiras e as nossas misérias. Vós, Rainha da Paz, sofreis connosco e por nós, ao ver muitos dos vossos filhos provados pelos conflitos, angustiados com as guerras que dilaceram o mundo.
Nesta hora escura, colocamo-nos sob os vossos olhos luminosos e confiamo-nos ao vosso coração, sensível aos nossos problemas. Ele não esteve imune de inquietações e temores. Quanta apreensão ao ver que não havia lugar para Jesus na hospedaria! Quanto medo naquela fuga precipitada para o Egito, pois Herodes queria matá-Lo! Quanta angústia, quando O perdestes no templo! Mas, nas provações, fostes corajosa e audaz: confiastes em Deus, e à apreensão respondestes com a solicitude, ao pavor com o amor, à angústia com o oferecimento. Em vez de Vos alhear, nos momentos decisivos, tomastes a iniciativa: fostes apressadamente ter com Isabel, nas bodas de Caná obtivestes de Jesus o primeiro milagre, no Cenáculo mantivestes unidos os discípulos. E, quando no Calvário uma espada Vos trespassou a alma, Vós, mulher humilde e forte, tecestes de esperança pascal a noite do sofrimento.
Agora, Mãe, tomai a iniciativa por nós, novamente nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas. Voltai o vosso olhar de misericórdia para a família humana, que perdeu a senda da paz, preferiu Caim a Abel e, tendo esquecido o sentido da fraternidade, não reencontra a atmosfera de lar. Intercedei pelo nosso mundo em perigo e tumulto. Ensinai-nos a acolher e cuidar da vida – de toda a vida humana! – e a repudiar a loucura da guerra, que semeia morte e apaga o porvir.
Maria, já muitas vezes viestes até nós pedindo oração e penitência. Mas nós, ocupados com as nossas necessidades e distraídos com tantos interesses mundanos, temos permanecido surdos aos vossos convites. Contudo Vós, que nos amais, não Vos canseis de nós. Tomai-nos pela mão, conduzi-nos à conversão, fazei-nos colocar Deus em primeiro lugar. Ajudai-nos a guardar a unidade na Igreja, e a ser artesãos de comunhão no mundo. Recordai-nos a importância da nossa função, fazei-nos sentir responsáveis pela paz, chamados a rezar e adorar, a interceder e reparar por todo o género humano.
Sozinhos, não conseguimos; sem o vosso Filho, nada podemos fazer. Mas Vós levai-nos a Jesus, que é a nossa paz. Por isso, Mãe de Deus e nossa, vimos a Vós, buscamos refúgio no vosso Coração Imaculado. Imploramos misericórdia, Mãe da misericórdia; paz, Rainha da paz! Movei o íntimo de quem está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos. Enxugai as lágrimas das crianças, assisti os idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados, despertai a esperança.
A Vós confiamos e consagramos, para sempre, as nossas vidas, todas as fibras do nosso ser, aquilo que temos e somos. A Vós consagramos a Igreja para que, dando ao mundo testemunho do amor de Jesus, seja sinal de concórdia e instrumento de paz. Consagramo-Vos o nosso mundo, especialmente os países e as regiões em guerra.
Vós, aurora da salvação, abri friestas de luz na noite dos conflitos. Vós, morada do Espírito Santo, inspirai caminhos de paz aos responsáveis das nações. Vós, Senhora de todos os povos, reconciliai os vossos filhos, seduzidos pelo mal, cegados pelo poder e pelo ódio. Vós, que estais próxima de cada um, encurtai as nossas distâncias. Vós, que tendes compaixão de todos, ensinai-nos a cuidar dos outros. Vós, que revelais a ternura do Senhor, tornai-nos testemunhas da sua consolação. Vós, Rainha da Paz, derramai nos corações a harmonia de Deus. Amém.”