Centenas de casais reunidos em Fátima, no seu Encontro Anual. Há exercícios que fazem bem à saúde.
Tony Neves, Fátima
As Equipas de Nossa Senhora (ENS) foram a razão de um desvio de rota da minha viagem missionária de Roma para o Brasil. Tive a felicidade de achar centenas de casais reunidos em Fátima, no seu Encontro Anual.
Há exercícios que fazem bem à saúde. Este foi um deles: reler tudo o que os Papas disseram em Fátima sobre a Missão de Maria. Sigamos o ritmo da história: Paulo VI, santo, participou nos 50 anos das Aparições, a 13 de maio de 1967. Disse: ‘Queremos pedir a Maria uma Igreja viva, uma Igreja verdadeira, uma Igreja unida, uma Igreja santa’. Seguiu-se o grande grito: ‘Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo.(…). Homens, não penseis em projetos de destruição e de morte, de revolução e de violência; pensai em projetos de conforto comum e de colaboração solidária.(…). Recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo’.
João Paulo II, Santo, visitou três vezes este Santuário. A 13 de maio de 1982, veio ‘dar e confiar o mundo ao Coração da Mãe’. Concluiu: ‘O apelo de Maria não é para uma vez só. Ele continua aberto para as gerações que se renovam, para ser correspondido de acordo com os ‘sinais dos tempos’ sempre novos. A ele se deve voltar incessantemente. Há que retomá-lo sempre de novo’. A 13 de maio de 1991, João Paulo II rezou assim: ‘Mãe, estiveste e continuas a estar, pousando o Teu olhar nos corações destes filhos e filhas que pertencem já ao Terceiro Milénio.(…). A tua maternidade universal, ó Virgem Maria, é a âncora segura de salvação da humanidade inteira! Eu te saúdo, Mãe da confiança de todas as gerações humanas’.
Finalmente, a 13 de maio de 2000, na beatificação de Jacinta e Francisco, diria: ‘Quantas vítimas ao longo de último século do segundo milénio! Vêm à memória os horrores da primeira e segunda Grande Guerra e doutras mais em tantas partes do mundo, os campos de concentração e de extermínio, os gulags, as limpezas étnicas e as perseguições, o terrorismo, os raptos de pessoas, a droga, os atentados contra os nascituros e a família’.
Bento XVI estaria em Fátima a 12 e 13 de maio de 2010. Disse: ‘Trago comigo as preocupações e as esperanças deste nosso tempo e as dores da humanidade ferida, os problemas do mundo e venho coloca-los aos pés de Nossa Senhora de Fátima: Virgem Mãe de Deus e nossa querida Mãe, intercedei por nós junto do Vosso Filho para que todas as famílias dos povos, quer as que se distinguem pelo nome cristão quer as que ainda ignoram o seu Salvador, vivam em paz e concórdia até se reunirem finalmente num só povo de Deus, para grandeza da santíssima e indivisível Trindade’. Bento XVI confiou os Bispos de Portugal a Nossa Senhora de Fátima, pedindo-lhe que os sustente maternalmente nos desafios em que estavam empenhados: ‘para serdes promotores de uma cultura e de uma espiritualidade de caridade e de paz, de esperança e de justiça, de fé e de serviço’.
O Papa Francisco presidiu ao centenário das Aparições (2017) e gritou: ‘Temos Mãe!’. Com um milhão de pessoas, rezou:’Peregrino da paz que neste lugar anuncias, louvo a Cristo, nossa paz e para o mundo peço a concórdia entre todos os povos.(…).Percorreremos assim todas as rotas, seremos peregrinos de todos os caminhos, derrubaremos todos os muros e venceremos todas as fronteiras, saindo em direcção a todas as periferias, aí revelando a justiça e a paz de Deus’. E, um pouco mais tarde, pediu a Maria: ‘Vê as dores da família humana que geme e chora. Faz-nos peregrinos como peregrina foste tu’.
Na homilia da Missa, Francisco disse que ‘o céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra a indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar’. E concluiu: ‘Sob a proteção de Maria, sejamos no mundo sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e bonito da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor’.
Voltou em Agosto, nas JMJ, evocando a Capelinha como uma bela imagem da Igreja: ‘acolhedora, sem portas, para que todos possam ingressar!’.
Maria é, assim, apresentada pelos Papas de Fátima como um modelo missionário de perfeição, sempre preocupada com os dramas que afetam os seus filhos.
Tony Neves, em Fátima, com as ENS.