Dom Farrell: separados, mas não sós. Esperança e força em tempos de coronavírus

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“A notícias deste vírus em rápida evolução é assustadora e deprimente. Nesta hora de grande necessidade, a verdadeira esperança que deriva da fé nos chama a ver-nos como uma comunidade”, porque “somos chamados a ser pessoas de esperança”, aquela esperança que “nos dá a força para superar o egoísmo e a indiferença” e “chama sempre a atenção para aquilo que é essencial”, afirma o bispo irlandês dom Dermot Farrell

Cidade do Vaticano

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“Separados, mas não sós”: assim se intitula a Carta pastoral do bispo de Ossory, na Irlanda, dom Dermot Farrel, difundida nestes dias para encorajar os fiéis diante dos temores provocados pela pandemia do “coronavírus”.

A missiva quer ser um instrumento de “esperança e força num tempo de crise e de medo”, convidando todos a ver o grande ensinamento que nasce deste período difícil: “Estamos aprendendo a conhecer a substância da nossa determinação, o nosso profundo espírito de comunidade, a interdependência uns dos outros”, escreve o prelado.

A segurança de cada um depende da segurança de todos

“Damo-nos conta de que a nossa verdadeira força é a capacidade de ajudar os fracos e valorizar cada pessoa”, porque “a solidariedade e a ação global são absolutamente cruciais para manter sob controle a epidemia” do Covid-19”.

Sobretudo, ressalta dom Farrell, “estamos aprendendo que nossas ações são importantes um para o outro. A segurança de cada um depende da segurança de todos”, porque “a segurança não conhece favoritismos”.

Gestos simples que fazem parte da fé cristã

O bispo de Ossory usa palavras de agradecimento e de encorajamento pela “dedicação desinteressada e pelo imenso trabalho daqueles que estão na linha de frente” contra o vírus, inclusive sob forma de voluntariado, bem como reitera a importância dos meios de comunicação locais e nacionais que “transmitem informações fundamentais e salvam vidas”.

Daí, o apelo a não esquecer “os mais pobres e mais frágeis”, “quem vive sozinho e poderia alegrar-se mesmo recebendo apenas um telefonema de proximidade, quem tem medo e sente a necessidade de ser tranquilizado”. Em suma, gestos simples, mas que fazem parte da fé cristã que tem subjacente não “o eu, mas o outro”, explica o bispo irlandês.

Convite à oração “é a esperança em ação”

Em seguida, o prelado faz um premente convite à oração que “é a esperança em ação” por estes tempos “difíceis e assustadores”: “Rezar por alguém é amar alguém”, prossegue a Carta pastoral.

“Mas nossa oração é também nossa resposta às sugestões de Deus, a nossa confiança na sua esperança, a nossa fé na esperança constante do Senhor porque se a vida nos ensina que dependemos uns dos outros, a fé nos mostra que dependemos de Deus.”

Superar o egoísmo e a indiferença

A esse propósito, dom Farrell recorda que é possível enviar um e-mail ou mensagem whatsapp ao Grupo diocesano para o crescimento da fé nos adultos com as intenções de oração. Cada uma será depois recordada durante a Missa matutina dominical transmitida pelo rádio, vez que as celebrações eucarísticas com féis foram suspensas para evitar contágios.

“A notícias deste vírus em rápida evolução é assustadora e deprimente. Nesta hora de grande necessidade, a verdadeira esperança que deriva da fé nos chama a ver-nos como uma comunidade”, porque “somos chamados a ser pessoas de esperança”, aquela esperança que “nos dá a força para superar o egoísmo e a indiferença” e “chama sempre a atenção para aquilo que é essencial”, continua o prelado irlandês.

Cada um de nós seja uma estrela luminosa para o outro

“Que nestes “dias sombrios”, exorta ainda a missiva, “cada um de nós seja uma estrela luminosa para o outro”, de modo a indicar-lhe o caminho e demonstrar que “mesmo se nos encontramos separados, não estamos sós”.

A carta pastoral conclui-se com uma oração de Santo Agostinho: “Cuidai de vossos filhos enfermos, ó Senhor, concedei a vossa paz aos vossos filhos sofridos”.

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