Nenhuma pessoa, em sã consciência, se lar para, logo em seguida, se separar. Quando alguém se lar, geralmente o faz com o seguro propósito de cumprir os compromissos assumidos e de ser fiel à vocação matrimonial, da melhor maneira possível. Pode até acontecer que alguém, que antes do casamento vivia uma vida desregrada, a partir do casamento decida mudar de vida e viver mais de acordo com o que convém a uma pessoa casada responsável.
Sabedora desta verdade, a Igreja nos ensina que a separação de um casal causa a perda de uma relação relevante, não apenas para o próprio casal, mas, sobretudo, para os filhos. O trauma da separação provoca um verdadeiro abalo nos relacionamentos afetivos, deixando os envolvidos bastante desanimados, sem felicidade de viver, e desconfiados de todo e qualquer relacionamento.
Com freqüência, essas pessoas se sentirão abandonadas por todos e precisarão, de fato, do apoio de familiares, de amigos e da comunidade eclesial. Se isso não acontecer, machucadas, elas poderão sentir muita raiva contra Deus e a Igreja, julgando-se abandonadas por Ele e excluídas por Ela.
Por isso, a Igreja precisa demonstrar claramente compaixão e compreensão para com os esposos separados, por causa da situação dolorosa pela qual estão passando. Sobretudo através de seus pastores, a Igreja é chamada a se fazer presente, com sua afeição maternal, junto às pessoas que se encontram numa situação matrimonial conflituosa e já sem muita esperança de reconciliação.
Diante do grande número de famílias desfeitas pela separação do casal, a Igreja se sente chamada, não a pronunciar juízos severos e distantes da realidade dessa gente machucada, mas a iluminar com a Palavra de Deus justamente estas situações trágicas. A Igreja sempre continuará considerando tais pessoas como filhos seus, parte da família de Deus e do rebanho de Jesus Cristo remido por Seu sangue derramado na Cruz.