A Família na Visão de João Paulo II – Parte 3

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Discurso do Papa João Paulo II sobre a Família aos Bispos do Leste em 22/11/2002

Conheço o vosso empenho em defender e promover esta instituição, que tem a sua origem em Deus e no seu plano de salvação. Hoje, assistimos uma corrente muito difundida em algumas partes, que tende a debilitar sua verdadeira natureza. Com efeito, não faltam tentativas, na opinião pública e na legislação civil, para equiparar a família a meras uniões de fato ou para reconhecer como tal a união de pessoas do mesmo sexo. Estas e outras anomalias levam-nos a proclamar, com firmeza pastoral, a verdade sobre o matrimônio e a família. Deixar de fazê-lo seria uma grave omissão pastoral, que induziria as pessoas ao erro, sobretudo aquelas que têm a importante responsabilidade de tomar decisões sobre o bem comum da Nação.

É necessário dar uma resposta vigorosa a esta situação, sobretudo através de uma ação catequética e educativa mais incisiva e constante, que permita incentivar o ideal cristão da comunhão conjugal fiel e indissolúvel, verdadeiro caminho de santidade e abertura à vida.

Neste contexto, volto aqui a recordar a necessidade de respeitar a dignidade inalienável da mulher, para fortalecer seu importante papel, tanto no âmbito do lar como no âmbito da sociedade em geral. Com efeito, é triste observar como a mulher ainda é objeto de discriminações, sobretudo quando é vítima de abusos sexuais e da prepotência masculina. Por isso, é necessário sensibilizar as instituições públicas a fim de promover ainda mais a vida familiar baseada no matrimônio e proteger a maternidade no respeito pela dignidade de todas as mulheres. Além disso, nunca é demais insistir sobre o valor insubstituível da mulher no lar: ela, depois de ter dado à luz uma criança, é o constante ponto de referência para o crescimento humano e espiritual deste novo ser. O amor da mãe no lar é um dom precioso, tesouro que se conserva para sempre no coração.

Não podemos esquecer que a família deve testemunhar seus próprios valores diante de si e da sociedade. As tarefas, que Deus chama a desenvolver na história, brotam do próprio desígnio original e representam seu desenvolvimento dinâmico e existencial. Os casados devem ser os primeiros a testemunhar a grandeza da vida conjugal e familiar, fundada na fidelidade ao compromisso assumido diante de Deus. Graças ao sacramento do matrimônio, o amor humano adquire valor sobrenatural, capacitando os cônjuges a participarem do próprio amor redentor de Cristo e a viverem como parcela viva da santidade da Igreja. Este amor, por si mesmo, assume a responsabilidade de contribuir para a geração de novos filhos de Deus.

 (3ª parte do artigo sobre o “Discurso do Papa João Paulo II sobre a Família aos Bispos do Leste em 22/11/2002”).

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