No Angelus, no final da missa celebrada na Piazza Unità d’Italia, em Trieste, o Papa convidou a rezar por “todos os povos que sofrem com a guerra”. Numa cidade situada no cruzamento entre a Europa Ocidental e os Balcãs, “o desafio para as comunidades eclesial e civil é saber combinar abertura e estabilidade, acolhimento e identidade”.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
Antes da oração mariana do Angelus deste domingo (07/07), rezada no final da missa celebrada na Piazza Unità d’Italia, em Trieste, o Papa Francisco agradeceu ao bispo de Trieste, dom Enrico Trevisi, por muitas coisas, mas sobretudo por uma: por não “falar” dos doentes, mas por chamar cada um pelo nome.
Ele os conhece pelo nome! E isso é um exemplo, porque a caridade é concreta, o amor é concreto. Agradeço ao bispo por ele ter costume. Toda pessoa, saudável ou doente, grande ou pequena, toda pessoa tem dignidade. A dignidade se mostra pelo nome e ele sabe o nome. Muito bonito!
“Agora espero que continue neste conhecimento”, continuou o Papa, contando que uma vez encontrou um sacerdote da montanha, que era pároco de três povoados, e lhe perguntou: “Mas, diga-me, você conhece as pessoas pelo nome?”, e ele respondeu ao Papa: “Eu sei até o nome dos cachorros das famílias!” Todos riram. O Papa disse, brincando, que espera que o bispo de Trieste conheça agora os nomes dos cachorros de seus paroquianos.
A seguir, Francisco saudou a todos e agradeceu ao bispo por suas palavras e pela preparação da visita, a todos aqueles que colaboraram de muitas maneiras, especialmente na liturgia e nos vários serviços, bem como as muitas pessoas que participaram com a oração. “Asseguro a minha proximidade aos doentes, aos encarcerados, aos migrantes, a todos aqueles que mais sofrem”, frisou.
“Trieste é uma daquelas cidades que tem a vocação de reunir pessoas diferentes: primeiro porque é um porto, e um porto importante, e depois porque está situada no cruzamento entre a Itália, a Europa Central e os Balcãs”, disse ainda o Pontífice.
Nestas situações, o desafio para as comunidades eclesial e civil é saber combinar abertura e estabilidade, acolhimento e identidade. Portanto, eu diria: vocês têm “tudo” para enfrentar esse desafio! Como cristãos, temos o Evangelho, que dá significado e esperança às nossas vidas; e como cidadãos, vocês têm a Constituição, uma “bússola” confiável para o caminho da democracia.
Então, sigam em frente! Sem medo, abertos e firmes nos valores humanos e cristãos, acolhedores, mas sem acordos sobre a dignidade humana.
Desta cidade renovamos o nosso compromisso de rezar e trabalhar pela paz: pela martirizada Ucrânia, pela Palestina e Israel, pelo Sudão, por Mianmar e por todos os povos que sofrem com a guerra. Peçamos a intercessão da Virgem Maria, venerada no Monte Grisa como Mãe e Rainha.