Neste sábado, na Catedral de Santo Estêvão, em Viena, o cardeal Christoph Schönborn fez um balanço de seus quase 30 anos de serviço, ao mesmo tempo em que expressou esperança para o porvir da Igreja. Em vista de seu porvir, a celebração foi marcada por gratidão, responsabilidade e confiança fiel.
Mario Galgano – Vatican News
Neste sábado (18/01), o cardeal Christoph Schönborn celebrou na Catedral de Santo Estêvão a Santa Missa de ação de graças da Arquidiocese de Viena por ocasião de sua aposentadoria, que ocorrerá em seu 80º aniversário. Na presença de altos representantes do Estado, das Igrejas e das religiões, o cardeal, em sua homilia, dirigiu um “olhar de gratidão ao nosso país, a Áustria”. Ele enfatizou a importância de uma coexistência social bem-sucedida: “a compaixão é o que torna uma sociedade humana. A falta de compaixão envenena a sociedade e a nós mesmos”.
A história de Schönborn sobre uma criança refugiada caracterizou seu apelo urgente por solidariedade: “ter um coração para os refugiados faz parte da humanidade. Isso também pode se tornar nosso destino”. O cardeal enfatizou a importância crucial da união entre os habitantes locais e os imigrantes, uma tarefa de grande importância para o porvir do país.
No entanto, a celebração não foi caracterizada apenas pela gratidão, mas também pela reflexão. “Hoje é particularmente doloroso para mim ver o contraste entre a alegre festa de ação de graças que estamos celebrando e a grande despedida que tantas pessoas em nosso país estão dizendo à Igreja, principalmente em silêncio”, disse Schönborn, referindo-se às 85 mil pessoas que deixaram a Igreja somente em 2023. O cardeal falou de “analfabetismo religioso”, que, no entanto, também pode ser visto como uma oportunidade para uma nova busca de significado e fé.
O cardeal também enfatizou o papel da fé como um recurso pessoal. O chamado de Jesus Cristo para “seguir-me” caracterizou sua vida e é uma fonte inesgotável de esperança para todas as gerações. Ele convidou os fiéis a entenderem a fé como um caminho que leva à comunidade e a toda a humanidade.
Para concluir, Schönborn reiterou a importância da gratidão. “Agradecemos porque podemos viver em paz. Isso não pode ser dado como certo”. Ele elogiou a boa convivência entre as religiões na Áustria e ficou impressionado com a nova e mais forte religiosidade entre a geração mais jovem, conforme evidenciado por um estudo recente da emissora pública ORF.
Olhando para trás, para seu mandato, Schönborn fez um balanço de sua vida pessoal: “meus esforços e meus erros, meus pecados, que o Senhor conhece, e meus esforços estão abertos diante de Deus”. O cardeal resumiu sua confiança em uma expressão: “Com firmeza confiante”. A Missa de Ação de Graças tornou-se, portanto, não apenas uma retrospectiva, mas também um apelo encorajador aos fiéis para que mantenham a esperança e a compaixão na sociedade.