Formação de orientadores em Exercícios Espirituais em SP para aprofundar experiência com Deus

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Sacerdotes, religiosas e leigos de países como Índia, Moçambique, El Salvador e Itália, além do Brasil, terminaram nesta sexta-feira (11/07), em Itaici, o Curso de Capacitação para Orientadores e Acompanhantes de Exercícios Espirituais (CAP 2). “É uma missão essencial preparar quem guiará os que buscam essa experiência profunda de oração”, disse o Pe. Raniéri Gonçalves. Aprovados por Papa Paulo III em 1548, os EE são reconhecidos como ferramenta essencial para formar discípulos missionários.

Vatican News

O  Curso de Capacitação para Orientadores e Acompanhantes de Exercícios Espirituais (CAP 2), encerrou suas atividades na manhã desta sexta-feira, 11 de julho,  no Centro de Espiritualidade Inaciana, Vila Kostka, em Itaici (SP), após 11 dias de formação intensiva. Participaram 45 pessoas entre sacerdotes, religiosas e leigos vindos de diversos países como Índia, Moçambique, El Salvador, Itália e de todas as regiões do Brasil.

O sacerdote jesuíta, Pe. Raniéri Araújo Gonçalves, coordenador da etapa final da capacitação do CAP 2, explica: “os Exercícios Espirituais ajudam as pessoas a discernir sobre a vontade de Deus, aprofundar a relação com Cristo e viver o Evangelho – não como lei, mas como caminho de salvação. Essa é a missão mais genuína da Igreja”. Natural de Recife (PE) e atualmente residindo em São Paulo, dedica-se a orientar inacianos, ministrar cursos e oferecer direção espiritual. Para Pe. Raniéri, coordenar esse curso foi muito relevante:

“Estamos formando orientadores que, por sua vez, ajudarão outras pessoas a vivenciar os Exercícios Espirituais segundo o método de Santo Inácio. É uma missão essencial – preparar quem guiará os que buscam essa experiência profunda de oração.”



O curso agregou inscritos provenientes de vários países

A experiência dos futuros orientadores espirituais

Pe. Vijin Antony Raj T., jesuíta natural de Tamilnadu, na Índia, escolheu ser missionário na Amazônia brasileira após o Sínodo Panamazônico. Há dois anos em Porto Velho, (RO), ele relata: “fiz os CAPs para aprofundar a minha experiência com Deus, presente no meu cotidiano. Na paróquia, animo o povo na espiritualidade inaciana e acompanho os Exercícios Espirituais. Essa formação é essencial para minha missão no Brasil”.

A missionária scalabriniana e jornalista Irmã Rosa Martins conta que, desde o noviciado, sonhou ser acompanhante espiritual e orientar retiros inacianos. “Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio são uma bênção para a Igreja e a sociedade, porque nos aproximam do Senhor e nos tornam apaixonados pelo seu Reino”, afirma. E acrescenta:

“Amo fazer os exercícios de contemplação propostos por Santo Inácio porque trazem o céu para pertinho de mim, e assim vou aprendendo com o próprio Jesus a ser seu rosto para o mundo.”

Eduardo Padilha, seminarista jesuíta de Joinville, (SC), estudante de filosofia na FAJE em bonito Horizonte, (MG), relata: “o CAP tem sido uma experiência profundamente consoladora, preparação essencial para o ministério dos Exercícios Espirituais. O que mais me marca é a identificação com Cristo nas contemplações – colocar-me diante d’Ele, seguir Seu exemplo. É uma espiritualidade que nos permite ver todas as coisas em Deus e Deus em todas as coisas. Adoro rezar com a vida numa mão e a Palavra de Deus na outra – este é o grande diferencial inaciano”.

Missionária no Brasil há 10 anos e pertencente à Congregação das Irmãs Operárias da Santa lar de Nazaré, Irmã Ester Zerla, natural de Brescia, na Itália, conta que desde que conheceu os Exercícios começou a apreciar a importância do mesmo para a sua vida pessoal e cresceu o desejo de ajudar a outros a ingressar neste caminho: “depois de um discernimento fiz a opção por fazer a formação para acompanhantes e orientadores”.

Irmã Railda José Nunes, da Congregação das Irmãzinhas da Assunção, atua há 24 anos no Centro de Espiritualidade Inaciana em Itaici. Nesse curso ela atuou como supervisora dos futuros acompanhantes e orientadores espirituais. “Sinto-me profundamente agraciada por dedicar-me a esse acompanhamento espiritual que, para mim, é adentrar o mais sagrado: o interior das pessoas que partilham suas vidas. O CAP nos proporciona essa formação específica. Descobri nos EE uma missão única – estar em contato e ajudar pessoas de todas as idades, gêneros e realidades sociais. É impressionante como os EE abrem essa porta sem limites.”

Como destaca Irmã Railda, mesmo em meio às turbulências globais que afetam a espiritualidade, é impressionante ver como as pessoas continuam buscando esse campo sagrado. “A ciência já comprova a existência de uma área em nosso cérebro onde o Divino se manifesta – o que chamo de ‘ponto Deus’. Neste contexto, os Exercícios Espirituais revelam-se mais necessários do que nunca para os tempos atuais”, afirma.

Cláudio Geraldo Souza Casimiro, professor e integrante do Centro de Espiritualidade, atuou como supervisor no CAP 2. “Há quase 30 anos dou os exercícios, faço acompanhamento e formo pessoas. Na formação jesuítica, descobri minha vocação: divulgar os Exercícios. Eles ajudam cada um em sua jornada pessoal, fortalecendo espiritual, humana e psiquicamente. É uma espiritualidade que leva ao encontro íntimo com Deus, mas para servir ao outro. O diferencial? Faz a experiência de Deus acontecer no cotidiano”.

O lugar dos Exercícios Espirituais inacianos na Igreja

Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio ocupam um lugar central na Igreja como um dom para o discernimento e a renovação espiritual. Aprovados pelo Papa Paulo III em 1548, são reconhecidos como ferramenta essencial para formar discípulos missionários, unindo contemplação e ação. Sua metodologia — adaptável a leigos, religiosos e sacerdotes — fortalece a vivência do Evangelho, ajudando a ‘achar Deus em todas as coisas’ e a responder ao chamado de Cristo com liberdade interior. A Carta Encíclica “Mens Nostra”, emitida pelo Papa Pio XI em 20 de dezembro de 1929, incentiva a prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola por todos os fiéis, incluindo os leigos.

Colaboração: Irmã Rosa Maria Martins

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