Os Bispos da Tanzânia divulgaram um plano estratégico de cinco anos para o Conselho dos Leigos Católicos do país, e expressam o seu apreço pelo envolvimento dos leigos na vida da Igreja.
Por Sarah Pelaji
A Conferência Episcopal da Tanzânia (TEC) lançou oficialmente um Plano Estratégico Quinquenal (2025-2030) para o Conselho dos Leigos Católicos da Tanzânia.
O lançamento decorreu recentemente durante a Assembleia Geral Anual do Conselho dos Leigos, no Centro de Formação de Leigos da TEC, em homenagem ao Beato Isidoro Bakanja, localizado em Segerea, na arquidiocese de Dar es Salaam.
O presidente da Comissão para os Leigos da TEC, Dom Edward Mapunda, agradeceu a Deus pelo dom da vida, da fé e da missão confiada aos fiéis leigos, particularmente no seu papel de santificação do mundo através do seu testemunho e do seu empenho na sociedade.
Dom Mapunda salientou que o Plano Estratégico é fruto da inspiração divina e da orientação do Espírito Santo, e invocou as bênçãos de Deus para uma implementação bem-sucedida do plano, convidando os leigos a fazerem dele uma fonte de salvação e metamorfose, em consonância com a missão evangelizadora da Igreja.
Um marco histórico para os leigos
Desde a sua criação em 1969, o Conselho dos Leigos da Tanzânia tem operado sem um plano estratégico formal, baseando-se na tradição e na experiência.
No entanto, a crescente consciencialização da necessidade de uma orientação estruturada levou à resolução, durante a Assembleia Geral dos Bispos de 2021, de desenvolver um documento estratégico abrangente.
O plano resultante visa fortalecer o papel dos leigos na Igreja, nutrir e capacitar as associações leigas e os movimentos apostólicos, e promover o desenvolvimento espiritual, social e económico entre os fiéis católicos de todo o país.
O plano está enraizado na visão mais ampla da Igreja, baseada em documentos como Apostolicam Actuositatem, Christifideles laici e Ecclesia in Africa, bem como na visão sinodal do Papa Francisco.
Visão e missão
A visão do Conselho dos Leigos é tornar-se “um centro de excelência na oferta de aconselhamento adequado à liderança da Igreja a todos os níveis, desde as Pequenas Comunidades Cristãs (PCCs) até ao nível nacional, na caminhada de conduzir a Igreja ao céu”.
A sua missão é “unir os fiéis leigos na sua vocação e missão de santificar o mundo através do Evangelho de Cristo, desde a base até ao nível nacional”.
Objetivos estratégicos
O plano descreve cinco objetivos estratégicos principais:
– Evangelização Profunda e Formação Pastoral: Proporcionar uma formação integral na fé, adaptada a crianças, jovens, adultos e idosos;
– Fortalecimento Institucional: Construir sistemas robustos de governação e operação dentro do Conselho dos Leigos, incluindo a capacitação e sustentabilidade financeira;
– Promoção da Unidade entre o Clero, Religiosos e Leigos: Aumentar a colaboração e o respeito mútuo dentro dos vários ministérios da Igreja através de projetos partilhados e programas de formação;
– Desenvolvimento Socioeconómico Inclusivo: Capacitar grupos de leigos no empreendedorismo, formação profissional e educação, especialmente entre comunidades marginalizadas;
– Gestão ambiental: Implementar a visão da Laudato si’ através da educação climática, do uso sustentável dos recursos e de iniciativas ambientais lideradas pela Igreja.
Implementação e supervisão
O Plano Estratégico será implementado através de processos inclusivos e participativos, desde o nível local ao nacional.
Uma estrutura de Monitorização e Avaliação Baseada em Resultados orientará a avaliação e os relatórios, com atualizações semestrais a nível diocesano e nacional para garantir a transparência e a prestação de contas.
O plano quinquenal está estimado em 2,5 mil milhões de TZS (aproximadamente 500 milhões de TZS por ano). O financiamento será proveniente de contribuições diocesanas, angariação de fundos, parcerias com agências de desenvolvimento, ONG, doadores privados e, se necessário, instituições financeiras.
Mitigação de riscos e visão de longo prazo
O Conselho reconhece riscos como a falta de financiamento, a fraca colaboração entre as partes interessadas e as alterações nas condições sociopolíticas. Estes riscos serão enfrentados através de estratégias de financiamento diversificadas e de um envolvimento ativo das partes interessadas.
O plano reflete o compromisso de construir uma Igreja vibrante e autossuficiente, uma Igreja sinodal e missionária, onde os leigos estejam plenamente envolvidos na metamorfose pastoral e social.
Dom Edward Mapunda concluiu citando Lucas 14,28, e exortando os fiéis a agirem com previsão e propósito: “Pois qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular os gastos e verificar se tem os meios para a concluir?”
Este plano estratégico, o primeiro do género para o Conselho dos Leigos, marca um novo capítulo na caminhada da Igreja na Tanzânia, enraizado na fé, na acção e na missão partilhada.