Dom Vincenzo Viva fala sobre a agenda do Papa em 17 de agosto, anunciado pela diocese, quando Leão XIV irá celebrar a missa pela manhã no Santuário de Santa Maria della Rotonda, rezar o Angelus na Praça da Liberdade em Castel Gandolfo e, em seguida, vai compartilhar o almoço de domingo no Borgo Laudato si’, dentro das Villas Pontifícias, com um grupo de pessoas assistidas pela Caritas local: “um bonito testemunho de um Pastor que, mesmo em seu tempo de descanso, se aproxima daqueles que precisam”.
Antonella Palermo – Vatican News
Para o Papa Leão XIV, o dia 17 de agosto será um domingo dedicado aos mais vulneráveis. O Pontífice, anuncia a diocese, voltará a Albano Laziale para celebrar a missa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, com os pobres assistidos pela Caritas local e voluntários. Após rezar o Angelus na Praça da Liberdade, em Castel Gandolfo, e comunica a diocese, vai compartilhar o almoço com os usuários da instituição de caridade no Borgo Laudato si’, dentro das Vilas Pontifícias. No almoço, organizado pela diocese em colaboração com o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (que administra o Borgo Laudato si’ de Castel Gandolfo), irão participar, juntamente com o bispo Vincenzo Viva, cerca de 100 pessoas, entre hóspedes das casas de família e dos abrigos da região, além dos hóspedes do dormitório diocesano, acompanhados pelo diretor Alessio Rossi e alguns voluntários.
Na pequena cidade do Lácio, o Pontífice já celebrou uma missa na catedral de São Pancrácio Mártir, em 20 de julho, durante o seu primeiro período de descanso de verão. E no dia 15 de julho, ele visitou o Mosteiro das Clarissas, dedicado à Imaculada Conceição. À mídia do Vaticano, dom Vincenzo Viva aprofunda o sentido desse tempo compartilhado:
Excelência, como vocês estão se preparando este retorno do Papa Leão?
Sim, a notícia que recebemos é que o Papa aceitou a proposta nascida dos nossos Centros de Escuta da Caritas, e isso nos encheu de muita felicidade. Obviamente, como o tempo é curto, já estamos próximos da semana de Ferragosto, você pode imaginar que, em termos organizacionais, isso nos colocou em grande movimento. Em nosso território, há uma realidade que conhece bem as situações nas paróquias, então nos pusemos imediatamente a trabalhar para realizar este desejo do Papa de achar os pobres, celebrar com eles e também compartilhar o almoço. Devo dizer a verdade, eu estava um pouco preocupado porque o tempo do Papa em Castel Gandolfo, por si só, deveria ser um tempo de descanso para o Papa. Seus primeiros meses de pontificado foram tão intensos em encontros, o Ano Jubilar, vimos que ele não se poupou. Fiquei muito impressionado, por exemplo, ao vê-lo pelas ruas de Roma quando levou o Santíssimo Sacramento, carregou a Cruz… Realmente vimos o Papa Leão que não se poupou em nada. Meu receio, então, era cansá-lo com uma proposta desse tipo, acrescentando mais um compromisso. Mas o Papa aceitou esse convite, então estou muito feliz com isso. É também um bonito testemunho de um Pastor que, mesmo durante as férias, não se poupa em conhecer o território, em achar muitas pessoas.
Uma dimensão de grande proximidade, familiaridade, amizade…
Sim, para nós os pobres não são um problema a ser enfrentado. Os pobres são o rosto, são a presença de Cristo Jesus que se revela no mundo. achar os pobres significa não só achar Deus, mas também achar um pouco de nós mesmos, eles são um espelho das pobrezas que cada um de nós carrega dentro de si, talvez não pobrezas materiais, mas podem ser pobrezas relacionais, psicológicas, morais. Nesse sentido, a atenção que nós, como diocese, damos à Caritas, que todas as dioceses da Itália dão à Caritas, é algo que está no centro de nossas igrejas, no centro da ação pastoral.
Almoçar com os pobres é um gesto que também pode ser interpretado à luz do passado pastoral do Pontífice, em terras onde a pobreza era realmente palpável…
Sim, porque, na verdade, não se trata apenas de assistência social ou de dar um pacote, penso que se trata antes de achar pessoas, suas histórias, expressar proximidade, partilha e fazer com que essas pessoas se sintam o que são, ou seja, sujeitos, e sujeitos ativos na vida da Igreja e nas nossas comunidades. Elas não são apenas destinatárias de um ato de caridade, mas são protagonistas da vida da Igreja e, portanto, é bom que haja essa atenção que o Papa quer dar.
A cidade de Albano, na região do Lazio, é associada principalmente a um agradável local de férias. Quais são as dificuldades que ela enfrenta, as situações de fragilidade que nela se escondem?
Na verdade, o Papa não vem apenas para achar os pobres de Albano, mas vem à diocese de Albano, que se estende desde os Castelos Romanos até à faixa costeira. Estamos fortemente empenhados não só na pobreza que também é visível entre nós, ou seja, pessoas sem teto que dormem em carros – a nossa Caritas tem três casas de acolhimento, dormitórios. Fomos pioneiros na Itália com a primeira lar para pais separados –, mas também em muitas formas de pobreza invisíveis: famílias que, apesar de terem um rendimento, não chegam ao fim do mês, não conseguem pagar as contas. Enfrentamos formas de exclusão social, há jovens que, por exemplo, apesar de terem uma família e frequentarem a escola, muitas vezes não conseguem participar de iniciativas que para outros jovens são normais. Nossa diocese tem uma densa rede de Centros de Escuta presentes em praticamente todas as paróquias, conseguimos ser um pouco como sismógrafos que interceptam todas essas formas de marginalidade, necessidade e pobreza.
As desigualdades sociais se agravaram?
Certamente notamos isso. Notamos cada vez mais que, como eu disse, muitas famílias têm uma renda, mas é uma renda insuficiente para uma vida social digna, participativa das necessidades atuais dos jovens. Por exemplo, ir à academia, participar de uma excursão, estar envolvido em uma festa ou simplesmente poder receber o colega em lar para fazer o dever de lar e talvez não ter uma lar adequada ou um lugar para estudar tranquilamente. Há muitas formas de pobreza, o bem-estar cresceu também em nossa diocese, como em todo o país, mas junto com o bem-estar também cresceram as distâncias sociais e a pobreza. Temos cinco refeitórios sociais em Nettuno, Albano, Marino, Ardea, Ariccia, onde todos os domingos, às vezes até todos os dias, é servida uma refeição, compartilhada com freiras, padres e voluntários que trabalham em nossos Centros de Escuta. Portanto, realizar uma ação, um evento como aquele para o qual estamos nos preparando em 17 de agosto, é algo que visa chamar a atenção da opinião pública para uma realidade que muitas vezes escondemos e esquecemos.
Jubileu e descanso, uma combinação muito significativa que nos permite voltar à raiz do significado do Ano Santo…
Penso que devemos acrescentar também um terceiro substantivo: Jubileu, descanso, mas também justiça. A Palavra de Deus, o nosso rico Magistério lembram-nos que não podemos falar de justiça quando numa sociedade há quem consome muito e quem não consegue consumir nem o mínimo, o essencial. Portanto, o Jubileu nos dá uma perspectiva de descanso, nos dá uma perspectiva de felicidade, mas tanto o Papa Francisco quanto o Papa Leão também lembraram a importância da solidariedade, da caridade, dos atos de misericórdia e, portanto, dos gestos concretos que são importantes na dinâmica jubilar.
O senhor pode nos contar mais sobre o Santuário da Madonna della Rotonda?
É particularmente querido pela devoção da cidade de Albano e da diocese, é um antigo ninfeu da época romana que foi transformado em igreja cristã. Tem uma arquitetura particular, é particularmente bonito, há vários testemunhos, achados arqueológicos. É um lugar rico em história, mas também vivo, pois há uma bela devoção à Madonna della Rotonda. Quando o Papa celebrou a missa na catedral de Albano, em 20 de julho, no final houve uma invocação à Virgem: colocámos uma cópia da ícone que se conserva no santuário e rezámos diante dessa imagem. Dentro de mim, pensando que Leão XIV está prestes a ir justamente àquele santuário onde se encontra a imagem original, tenho a percepção de que é como se a Nossa Senhora tivesse inspirado este encontro num lugar mariano, que também fala das raízes antigas desta diocese, cuja história remonta à era apostólica. Nós, em Albano, na antiga Via Appia, temos as catacumbas de San Senatore, temos muitos testemunhos justamente da primeira época da vida cristã em Roma e arredores, por isso também estamos muito felizes e cheios de felicidade.
Uma maneira, talvez, também de dirigir o pensamento a tantos cristãos que vivem uma situação de perseguição em várias regiões do mundo…
Sim. Fiquei muito impressionado, no final do Jubileu dos Jovens – eu também estava lá com uma bela presença da nossa diocese e de jovens –, ao ouvir o Papa que quis lembrar os jovens que não puderam vir a Roma por causa de situações de guerra, de pobreza, pela impossibilidade de se deslocarem, por pedidos de visto negados… Nosso coração, neste ano jubilar, deve estar aberto a todas as situações do mundo como essas.