Em véspera de Fase 2 da quarentena na Itália, que a partir de 4 de maio vai flexibilizar as medidas de contenção da pandemia, vem o porvir uvidoso das famílias. A principal certeza, porém, segundo o presidente do Fórum das Associações Familiares, Gianluigi De Palo, é que “são a espinha dorsal do país”: “um grande aplauso às famílias italianas porque, sem elas, não seria possível esta queda de contágios, se não tivessem sido fortes e dado o melhor de si em cada santo dia”.
Andrea De Angelis, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Lá se vão cerca de dois meses de isolamento domiciliar obrigatório na Itália com as famílias precisando enfrentar uma situação nova e que ainda pode ter uma duração imprevisível. De fato, a Fase 2 da quarentena no país começa em 4 de maio e deve flexibilizar algumas medidas de contenção da pandemia do Covid-19. As escolas, porém, continuarão fechadas pela prioridade da saúde dos filhos. Bônus e subsídios do governo italiano são disponibilizados como possíveis soluções, mas o temor pelo porvir persiste.
As famílias, que já viviam uma situação financeira precária, talvez com aluguel e financiamentos para pagar, ainda tinham a escola, as babás e os próprios avós como um componente fundamental no processo. Agora, com as aulas que devem ser retomadas só em setembro, isto é, daqui a cerca de cinco meses para início do próximo ano letivo, as dificuldades continuam e tornam a rotina futura ainda mais difícil.
As famílias são fundamentais
Segundo o presidente do Fórum Nacional das Associações Familiares da Itália, Gianluigi De Palo, foi pedido às famílias que se ocupassem “dos filhos, sendo tutores; dos pais, procurando fazer o mercado; dos deficientes, sendo fisioterapeuta na necessidade; virar técnicos de informática para as diferentes plataformas; e ainda levar o país adiante, trabalhando, inclusive de lar”, isto é, “são a espinha dorsal deste país”. O problema, explica ele, “é que até agora conseguiram aguentar, mas estamos no limite e arriscamos que isso não aconteça mais”.
Nesse sentido, alerta De Palo, é necessária “ajuda econômica imediata, realmente útil” que chegue facilmente à população, sem ter que superar tantos “obstáculos burocráticos”. O presidente acrescenta que as famílias que pagam o preço mais alto são aquelas com pessoas de trabalho irregular e que perderam todo tipo de renda mensal, além dos profissionais liberais com filhos.
A sacada, o horizonte das famílias
As próprias crianças, afirma De Palo, “estão vivendo o drama dessa situação e é o momento de raciocinar também sobre as consequências psicológicas para os menores”. Em mais de uma ocasião, o Papa Francisco dirigiu intenções de oração às famílias, “aquelas que não podem sair de lar” e que, “talvez, o único horizonte que têm é a sacada”: que “saibam vencer as angústias deste período juntos, em família. Rezemos pela paz das famílias hoje, nesta crise, e pela criatividade”.