Encontro Jubilar e Sinodal sobre Vida e Família propõe estratégias para enfrentar os grandes desafios do cuidado da vida

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Os participantes do encontro foram recebidos pelo Papa Leão XIV na manhã desta sexta-feira: “Viver a sinodalidade em família requer ‘caminhar juntos’, compartilhando tristezas e alegrias, dialogando com respeito e sinceridade entre todos os seus membros, aprendendo a escutar e tomar decisões familiares importantes entre todos.”

Pe. Luis Miguel Modino

Foi encerrado nesta sexta-feira, 19 de setembro, o Encontro Jubilar e Sinodal para o Discernimento Esperançoso sobre o porvir da Vida e da Família, realizado no Instituto João Paulo II, em Roma, desde o dia 17. Uma oportunidade para abordar a realidade da família a partir de diversas perspectivas.

A família como instituição de aprendizagem

 

No encontro, que seguindo o método sinodal se propôs a escutar, discernir e iniciar processos que respondam aos desafios enfrentados pelas famílias nas periferias, foram elaboradas estratégias em comum para enfrentar os grandes desafios do cuidado da vida, mas também os desafios culturais e estruturais em um mundo em crise. Da mesma forma, analisou-se a necessidade de estudar a família como uma instituição de aprendizagem que requer argumentos e propostas significativas e válidas para a vida de hoje.

Entre as conclusões, vale citar a proposta de instâncias de formação específicas para que os representantes das Igrejas locais possam fortalecer seus conhecimentos para agir, compreendendo a multiplicidade de fatores que tensionam a vida e a família.

Escutar para tomar decisões

 

O último ato do encontro foi a audiência com o Papa Leão XIV, que iniciou seu discurso destacando o método sinodal, seguido no encontro, “refletindo sobre algumas questões atuais que afetam a vida familiar”. Segundo o Santo Padre, “viver a sinodalidade na família requer ‘caminhar juntos’, compartilhando dores e alegrias, dialogando respeitosamente e sinceramente entre todos os seus membros, aprendendo a ouvir-se e a tomar as decisões familiares importantes para todos”.

O Papa propôs três palavras para refletirmos juntos: jubileu, esperança e família. Jubileu para “retornar ao centro de nossa vida, a Deus mesmo, ao Deus de Jesus Cristo”, bem como um chamado a pensar na “fé recebida de nossos pais, na oração perseverante de nossas avós contando as contas do rosário, em sua vida simples, humilde e honesta que, como fermento, sustentou tantas famílias e comunidades”. Leão XIV afirmou que “não devemos cair no perigo de basear nossas vidas em seguranças humanas e expectativas mundanas”, e alertou sobre a tentação de “deixar rolar” e sobre as ameaças à dignidade da família: “problemas relacionados à pobreza, à falta de trabalho e de acesso aos sistemas de saúde, aos abusos contra os mais vulneráveis, às migrações, às guerras”. Nesse sentido, ele pediu para “promover o colóquio e fortalecer os elementos da sociedade que favorecem a vida em família e a educação de seus membros”.

Corresponsabilidade e protagonismo

 

Leão XIV disse que “podemos entender a família como um dom e uma tarefa”, considerando crucial “fomentar a corresponsabilidade e o protagonismo das famílias na vida social, política e cultural, promovendo sua valiosa contribuição na comunidade”. O Papa apelou a “ser Igreja doméstica e lar onde arde o fogo do Espírito Santo, difunde o seu calor, contribui com os seus dons e experiências para o bem comum e convoca todos a viver na esperança”, recordando as palavras de Paulo VI na sua célebre homilia em Nazaré.

Por fim, ele apelou ao compromisso e à felicidade, para que as famílias sejam “esse canto silencioso de esperança, capaz de difundir com sua vida a luz de Cristo, ‘para que a felicidade do Evangelho – citando o Papa Francisco – chegue até os confins da terra e nenhuma periferia seja privada de sua luz’”.

O Encontro foi convocado pela Rede Latino-Americana e Caribenha de Pensamento Social da Igreja (REDLAPSI / CELAM) e organizado conjuntamente pelo Pontifício Instituto Teológico João Paulo II (PITJP II), pela Pontifícia Academia para a Vida (PAV), pela Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). Contou com a adesão do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, da Caritas América Latina e Caribe e da Confederação Latino-Americana de Religiosos (CLAR).

Fonte

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