Gaza: tanques israelenses se aproximam do centro urbano. 640 mil pessoas em fuga

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Pesados bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza. Entre a noite passada e a manhã desta terça-feira (23/09), mais de 50 mortos. Tanques estão a poucos quilômetros do centro da Cidade de Gaza. Hoje, Trump se reúne com líderes árabes e muçulmanos para falar sobre o fim da guerra. Novo vídeo do pároco da Sagrada Família, padre Romanelli: “Buscamos salvar o maior número possível de vidas, no corpo e no espírito”.

A atividade militar israelense em Gaza aumenta de hora em hora. Os efeitos são devastadores sobre a população civil, em especial sobre os mais vulneráveis. Durante a noite de segunda-feira (22/09), pelo menos 37 pessoas morreram como consequência dos bombardeios das forças armadas israelenses (IDF na sigla em inglês) no âmbito da operação “Carros de Gideão 2”, como informa a emissora libanesa Al Mayadeen. Nesta manhã — relata a Al Jazeera — já se registram 17 vítimas, 15 das quais somente na Cidade de Gaza, onde também perdeu a vida, em combates, um oficial do exército israelense. Tanques de Israel estariam avançando ao longo da estrada Shifa, no bairro Rimal da cidade, a cerca de 3 quilômetros do centro. A informação é do site Ynet.



Uma mulher palestina com bebê se refugia na praia de Gaza.

Quase 640 mil evacuados

Os bombardeios e as ordens de evacuação levaram, até agora, mais de 640.000 pessoas a abandonar suas casas na Cidade de Gaza, maior centro urbano do enclave, para se dirigir para o sul. Quem foge o faz principalmente a pé ou em carroças improvisadas, arrastando filhos, bolsas, pertences pessoais, animais: dorme-se na rua, em meio aos escombros, sem comida, remédios e um lugar seguro para se abrigar.

Dois hospitais fechados na Cidade de Gaza

Nas últimas horas, dois hospitais da cidade foram fechados: o instituto pediátrico Al-Rantissi, gravemente danificado há alguns dias por um bombardeio israelense, e o hospital oftalmológico vizinho.

Sem poder chegar a um cemitério, palestinos enterram familiares em frente a hospital.

Sem poder chegar a um cemitério, palestinos enterram familiares em frente a hospital.

Unrwa: 12 instalações atingidas desde o início de setembro;  dois meses, mais de 28 mil casos de desnutrição

Desde o início de setembro, 12 instalações da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (Unrwa) foram atingidas, incluindo nove escolas e dois centros de saúde, segundo relatório da própria agência. A fome também se soma às bombas: o mesmo relatório destaca que, entre julho e agosto, ocorreram cerca de 28.000 casos de desnutrição aguda entre crianças menores de 5 anos, superando assim o total de casos registrados na primeira metade do ano.

Padre Romanelli: buscamos salvar o maior número possível de vidas

Em um vídeo publicado no Instagram, o pároco da igreja Sagrada Família, em Gaza, padre Gabriel Romanelli, enviou mais um testemunho sobre a situação dramática vivida na Faixa também por aqueles que são acolhidos no complexo da paróquia. Romanelli fala da tristeza que se lê nos olhos das crianças, muitas das quais — diz ele — apesar da pouca idade, só puderam ver as atrocidades da guerra e já recordam parentes, vizinhos e amiguinhos que foram mortos.

“Aqui buscamos salvar a vida do maior número possível de pessoas, no corpo e no espírito, ajudando os doentes, os idosos e os pequenos. Tentamos levar algum momento de felicidade”, como mostra o vídeo. “O que se faz é uma gota no oceano — admite — mas como dizia Madre Teresa de Calcutá, sem nós o oceano teria uma gota a menos.”

Padre Romanelli recebe atendimento médico após ataque israelense à igreja Sagrada Família, em Gaza.

Padre Romanelli recebe atendimento médico após ataque israelense à igreja Sagrada Família, em Gaza.   (AFP or licensors)

Hoje, uma cúpula entre Trump e líderes árabes e muçulmanos

No front diplomático, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu uma reunião, às margens da Assembleia Geral da ONU, com um grupo restrito de líderes árabes e muçulmanos para discutir o cessar-fogo e um plano para o pós-guerra. Segundo fontes ouvidas pelo Axios, devem participar representantes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito, Jordânia e Turquia. Na ocasião, esses líderes deverão pedir a Trump que pressione Netanyahu a encerrar a guerra na Faixa e a se abster de anexar partes da Cisjordânia, como vêm exigindo insistentemente os ministros da direita religiosa extremista, Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich. Os Emirados Árabes Unidos já teriam deixado claro à lar Branca que a anexação poderia levar ao fim dos chamados “Acordos de Abraão”, assinados em 2020.

O ministro israelense Sa’ar: a Global Sumud Flotilla ligada ao Hamas

Enquanto isso, cresce a polêmica em torno da “Global Sumud Flotilla”, que leva ajuda humanitária rumo à costa de Gaza. A missão “está ligada ao Hamas, que a apoia”, afirmou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, em entrevista ao Corriere della Sera, esclarecendo que “pode provar” suas declarações e acrescentando que o governo pretende “detê

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