REPAM-Brasil reforça posicionamento sobre a Ferrogrão e a Amazônia

0

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), atua a partir de uma perspectiva pan-amazônica para amplificar as vozes das comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas e extrativistas, colocando-as no centro das decisões sobre seu porvir e o porvir do planeta.

Vatican News

Em carta enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a REPAM reafirma seu acompanhamento atento e preocupado da ADI 6553 (Ferrogrão), sob a relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, cujo julgamento está marcado para 1º de outubro de 2025. A ação questiona a Lei nº 13.452/2017, que alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para viabilizar a ferrovia, levantando riscos de retrocessos socioambientais.

Desde 2023, a REPAM tem buscado levar a perspectiva dos amazônidas ao STF, destacando os impactos negativos de projetos de infraestrutura sem a devida atenção socioambiental. No caso da Ferrogrão, no Corredor Logístico Tapajós-Xingu, os efeitos podem incluir desmatamento, conflitos com comunidades tradicionais e violação de direitos de povos locais. Para a REPAM, é urgente adotar um modelo alternativo de desenvolvimento que priorize a conservação da biodiversidade e o bem-viver das comunidades.



REPAM-Brasil reforça posicionamento sobre a Ferrogrão e a proteção da Amazônia perante o STF

O posicionamento da REPAM se alinha à visão do Papa Francisco, que, na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia, destaca que “é preciso assumir a perspectiva dos direitos dos povos e das culturas, dando assim provas de compreender que o desenvolvimento de um grupo social (…) requer constantemente o protagonismo dos atores sociais locais a partir da sua própria cultura”. Da mesma forma, recentes pronunciamentos do Santo Padre Leão XIV reafirmam o dever de cuidar da lar Comum, protegendo os bens naturais como expressão da bondade e beleza de Deus, sem submissão ou exploração irresponsável.

A REPAM reforça que qualquer decisão que valide a Ferrogrão, por meio da lei que alterou o limite da unidade de conservação, configuraria retrocesso ambiental, violando o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no art. 225 da Constituição. Por isso, a organização apela ao STF para que garanta a proteção dos ecossistemas, dos povos e dos territórios amazônicos, reafirmando sua importância na preservação do meio ambiente e no fortalecimento da democracia.

Ao mesmo tempo, a REPAM oferece suas orações para que o manto protetor de Nossa Senhora de Nazaré, mãe da Amazônia, acompanhe as decisões do Tribunal, iluminando a reflexão sobre a proteção da floresta e a justiça socioambiental.

Votação – Julgamento da Ferrogrão: 1º de outubro de 2025.

Confira o conteúdo da carta na íntegra- http://repam.org.br/wp-content/uploads/2025/09/carta-Ferrograo-ministros.pdf

Fonte

Escreva abaixo seu comentário.

Por favor escreva um comentário
Por favor insira o seu nome aqui