Nessa terça-feira (7/10), entram no segundo dia as negociações indiretas entre Israel e Hamas sobre o plano de paz proposto pelos Estados Unidos. No mesmo dia, completam-se dois anos do ataque do Hamas a Israel, que iniciou o atual conflito.
Stefano Leszczynski – Vatican News
Nessa terça-feira (7/10) entram no segundo dia, no Egito, as discussões sobre o plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pôr fim à guerra em Gaza. No mesmo dia, completam-se dois anos do ataque do movimento islâmico palestino Hamas a Israel, que iniciou o atual conflito. As negociações em Sharm El-Sheikh devem durar alguns dias, com a presença de mediadores dos EUA, Catar, Egito e Turquia.
Confiança nas negociações
Segundo Trump, as negociações estão indo “muito bem” e “o Hamas está concordando com uma série de pontos muito importantes”. Falando a jornalistas no Salão Oval, o presidente americano afirmou nessa segunda-feira (6/10) confiar na possibilidade de um acordo definitivo para encerrar a guerra em Gaza, onde, desde 7 de outubro de 2023, mais de 67 mil pessoas foram mortas.
A lembrança das vítimas de 7 de outubro
No sul de Israel, acontecem cerimônias em memória das vítimas nos locais próximos à fronteira com Gaza, onde o Hamas e outros grupos islamistas realizaram o ataque de dois anos atrás, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 250.
Naquele dia, as primeiras vítimas foram os jovens que participavam do festival de música Supernova, na comunidade fronteiriça de Reim. Placas com nomes e fotos das vítimas, junto com flores, foram colocadas no local, que deve receber um grande número de visitantes para lembrar os dois anos da tragédia, coincidindo com o início da festividade judaica de Sucot.
Negociações no Egito
As conversas indiretas entre Israel e Hamas, iniciadas ontem no Egito, se concentram principalmente nos aspectos logísticos da libertação dos reféns israelenses. O fracasso em trazer os reféns de volta durante esses dois anos de guerra dividiu profundamente a população de Israel, com grandes protestos semanais contra o governo Netanyahu. De acordo com dados oficiais israelenses, 48 reféns ainda estão em Gaza, sendo 20 deles com vida.
O plano de Trump para a paz na Faixa de Gaza prevê que o Hamas liberte todos os reféns, enquanto Israel deve libertar prisioneiros palestinos e retirar suas forças da região, conforme um cronograma previamente acordado. O Hamas, por sua vez, exige garantias claras sobre os mecanismos de monitoramento e um calendário para a retirada das tropas israelenses, além da inclusão do líder da Fatah, Marwan Barghouti, entre os prisioneiros a serem libertados no acordo de troca.
ONU e Cruz Vermelha prontas para agir
A ONU declarou que suas equipes de ajuda em Gaza estão “prontas para partir” e dar suprimentos caso o plano de cessar-fogo de Trump seja aprovado. Além disso, a Cruz Vermelha Internacional informou estar pronta para atuar como intermediária humanitária, ajudando no retorno dos reféns israelenses detidos em Gaza e dos prisioneiros palestinos em Israel.