O arcebispo emérito de Ancona-Osimo, criado cardeal pelo Papa Francisco em 2015 faleceu nesta segunda-feira, 20 de outubro, em San Severino Marche, na província italiana de Macerata.
Vatican News
Faleceu na manhã desta segunda-feira, 20 de outubro, no pequeno município italianao de San Severino Marche, o cardeal Edoardo Menichelli, arcebispo emérito de Ancona-Osimo. Tinha 86 anos, completados há poucos dias, em 14 de outubro. Foi um dos primeiros cardeais italianos nomeados pelo Papa Francisco, recebendo o barrete cardinalício no Consistório de 14 de fevereiro de 2015.
A infância e os estudos no seminário
Nascido em Serripola di San Severino Marche, na província italiana de Macerata, em 14 de outubro de 1939, Menichelli teve como primeiro modelo humano e sacerdotal o pároco da época da sua infância, lembrado em particular por ter promovido o acolhimento da família do médico partidário Mosè Di Segni, com a esposa e os dois primeiros filhos, os pequenos Elio e Frida (o terceiro filho, o rabino-chefe de Roma, Riccardo, ainda não tinha nascido). Entre as crianças da vila que brincavam com eles estava também Edoardo Menichelli, que mais tarde recordou essa circunstância ao abraçar os seus antigos companheiros de infância por ocasião da concessão da cidadania honorária de San Severino aos irmãos Di Segni em 2011.
Depois de frequentar o ensino médio e o ginásio no seminário de San Severino Marche (a diocese de origem que em 1986 foi unida à arquidiocese de Camerino com a denominação de Camerino – San Severino Marche) e os estudos filosóficos e teológicos no Seminário Regional Pontifício Pio XI de Fano, mudou-se para Roma, para a Pontifícia Universidade Lateranense, onde obteve a licença em Teologia Pastoral. Ordenado sacerdote em 3 de julho de 1965, foi vigário da Paróquia de São José em San Severino Marche por três anos e, ao mesmo tempo, lecionou religião em escolas públicas.
Os cargos em Roma
Em 1968, foi chamado a Roma, onde permaneceu por 26 anos, trabalhando até 1991 como oficial no Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e, posteriormente, na Congregação para as Igrejas Orientais como assessor da secretaria. Ele também ocupou o cargo de secretário particular do prefeito do Dicastério, cardeal Achille Silvestrini.
Durante os anos em Roma, a partir de 1970 e até sua nomeação episcopal, ele trabalhou como cooperador na Paróquia dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, no bairro de Trieste, dedicando-se principalmente à pastoral familiar. Além disso, foi assistente espiritual na Clínica Villa Mafalda por mais de 20 anos e também colaborou com o consultório familiar da faculdade de medicina do Policlínico Gemelli, onde, durante alguns anos, lecionou Ética Profissional na Escola de Enfermagem. Por fim, participou ativamente no Sínodo da Diocese de Roma, concluído em 1993 após um trajeto de 7 anos.
Pastor em Chieti-Vasto e depois em Ancona-Osimo
Em 10 de junho de 1994, João Paulo II o nomeou arcebispo de Chieti-Vasto, sucessor de Antonio Valentini, que se aposentou por ter atingido a idade limite. Em 9 de julho, recebeu a ordenação episcopal em Roma, das mãos do cardeal Silvestrini. Ele escolheu como lema: Sub lumine Matris. Durante o ministério em Abruzzo, trabalhou principalmente para relançar a vida pastoral, sem deixar de lado uma atenção especial para a reforma da organização econômico-administrativa da arquidiocese.
Dez anos depois, em 8 de janeiro de 2004, foi transferido para a sede metropolitana de Ancona-Osimo, sucessor de Franco Festorazzi. Assumiu o cargo no dia 7 de março seguinte, levando também para a capital da região de Marche seu estilo simples e direto. Em 11 de setembro de 2011, acolheu Bento XVI em visita pastoral a Ancona, onde presidiu a missa conclusiva do XXV Congresso Eucarístico Italiano no estaleiro naval. Por vontade expressa do arcebispo, a grande assembleia nacional foi caracterizada por uma tripla escolha temática – resumida em três “C”: celebrações, caridade e cultura – e por alguns encontros especiais com o Papa: um reservado aos casais e aos sacerdotes, para recuperar uma identidade vocacional e redescobrir o compromisso educativo comum; e outro com os noivos, para lhes manifestar a proximidade da Igreja.
Mas a visita é lembrada também por outro momento significativo: o almoço compartilhado pelo Pontífice com uma representação de operários com seguro-desemprego e alguns pobres assistidos pela Caritas. Presidente da Conferência dos Bispos de Marche, foi também Assistente Eclesiástico Nacional da Associação dos Médicos Católicos Italianos (Amci). Um reconhecimento à especial atenção pastoral à família veio da nomeação pontifícia como membro da III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família (outubro de 2014) e, posteriormente, também da XIV Assembleia Geral Ordinária de 2015.
Cardeal por vontade de Francisco
Desde 14 de julho de 2017, tornou-se arcebispo emérito de Ancona-Osimo (Itália). O Papa Francisco o nomeou cardeal no Consistório de 2015, o segundo do seu pontificado, com o título dos Corações de Jesus e Maria em Tor Fiorenza.