O Presidente da República Daniel Chapo reuniu-se no último sábado (15/11) com o Arcebispo de Nampula e Presidente da CEM, Dom Inácio Saúre. No encontro privado, a Igreja apresentou preocupações urgentes como o avanço do terrorismo no norte do País, a crise que afecta a juventude moçambicana e a ocupação de património eclesial, pedindo colóquio e soluções concretas.
Cremildo Alexandre – Nampula, Moçambique
Durante a audiência, Dom Inácio destacou três pontos principais. Primeiro, a continuidade do terrorismo no norte de Moçambique. O Arcebispo alertou que Nampula e Cabo Delgado continuam a sentir os efeitos da violência, com muitas famílias deslocadas e comunidades inteiras a viver em permanente insegurança. Pediu ao Chefe de Estado sinais claros sobre as perspectivas de paz e mecanismos que possam fortalecer a estabilidade.
O segundo tema foi a situação da juventude moçambicana. Dom Inácio descreveu os jovens como “desesperados”, apontando o consumo de drogas, a delinquência e a falta de oportunidades como factores que estão a arruinar sonhos e a fragilizar famílias. Segundo o Arcebispo, investir na juventude é garantir o porvir do país.
O terceiro ponto apresentado refere-se ao património da Igreja, com vários casos de ocupação irregular na Arquidiocese de Nampula. Dom Inácio pediu soluções urgentes para a devolução da Escola da Missão de São Pedro de Napipine, hoje usada pela Universidade Rovuma, a clarificação da gestão partilhada do Hospital Geral de Marrere e a resolução do caso do terreno do Seminário Mater Apostolorum, ocupado ilegalmente. Outro processo pendente é o espaço junto às instalações da Universidade Católica de Moçambique, ainda sem definição.
No final da audiência, tanto o Presidente como o Arcebispo reconheceram a importância do colóquio entre o Governo e a Igreja Católica, numa altura em que o país enfrenta desafios sociais, económicos e humanitários significativos.
