COP30: em Belém adotado um novo Acordo climático

0

Países reunidos na capital do Pará, adotam acordo climático sem plano de saída de energias fósseis. O presidente Lula na cúpula do G20 em Joanesburgo, África do Sul, elogiou o Acordo alcançado na COP30 concluída em Belém.

Silvonei José – Belém

A sessão plenária da COP30, conferência climática em Belém, aprovou por unanimidade na manhã deste sábado (22/11) o Mutirão Global, o acordo político que remete à tradição brasileira de esforços conjuntos em prol de um objetivo comum. Após duas semanas de negociações e um dia e uma noite de trabalho nas versões finais, os cerca de 200 países presentes chegaram a um acordo. Os Estados Unidos não participaram da Cúpula. O texto não menciona explicitamente combustíveis fósseis, como o petróleo, mas oferece novas oportunidades para discussão sobre a redução das emissões. Propõe também triplicar o financiamento para adaptação até 2035.

“Na COP da Verdade, a ciência prevaleceu. O multilateralismo venceu”. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse isso na cúpula do G20 em Joanesburgo, África do Sul, elogiando o acordo alcançado na COP30 concluída em Belém. “No ano em que o planeta ultrapassou pela primeira vez, e talvez permanentemente, o limite de 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais, a comunidade internacional enfrentou uma escolha: continuar ou se render. Escolhemos a primeira opção”, disse ele.

Os quase 200 países que participaram da COP30 em Belém adotaram um novo acordo climático, apesar das reservas da União Europeia, que pressionou por uma ambição maior em relação à eliminação gradual dos combustíveis fósseis, mas acabou concordando que a meta não fosse incluída nas conclusões. André Correa do Lago, o diplomata brasileiro que presidiu a Conferência da ONU, bateu o martelo para sinalizar a aprovação consensual do acordo, em meio a aplausos e vivas da plateia.



André Correa do Lago, o diplomata brasileiro que presidiu a Conferência da ONU.   (AFP or licensors)

A versão final do acordo das negociações climáticas da ONU não contém nenhuma referência explícita à eliminação gradual dos combustíveis fósseis, uma exigência veemente da União Europeia e de muitos países particularmente expostos aos impactos do aquecimento global. O texto, publicado após duas semanas de negociações tensas e difíceis, foi aprovado por unanimidade.

A presidência brasileira da COP30 anunciou neste sábado sua intenção de lançar um porvir “roteiro” para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, bem como um segundo roteiro contra o desmatamento, para os países participantes. “Sabemos que alguns de vocês tinham ambições maiores; eu sei que a sociedade civil exigirá que façamos mais para combater as mudanças climáticas. Quero reiterar que tentarei não decepcioná-los durante minha presidência”, declarou o presidente da COP30.

“Criarei dois roteiros: um para deter e reverter o desmatamento e outro para a transição de forma justa e ordenada. Eles serão baseados na ciência e inclusivos, no espírito da mudança”, disse Correa do Lago, na sessão plenária, observando que o trabalho sobre combustíveis fósseis se beneficiará da Conferência que será realizada na Colômbia, em abril do próximo ano. O anúncio foi acompanhado por longos aplausos dos delegados.

Santa Sé

O arcebispo dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico no Brasil e Chefe Adjunto da Delegação da Santa Sé na COP30, tomando a palavra durante a plenária desta manhã de sábado destacou que a Santa Sé gostaria de recordar a sua declaração interpretativa anexa ao seu Instrumento de Adesão à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, datado de 6 de julho de 2022, que afirma: “A Santa Sé sublinha que qualquer referência a ‘gênero’ e termos conexos em qualquer documento que tenha sido ou venha a ser adotado pela Conferência dos Estados Partes ou pelos seus órgãos subsidiários deve ser entendida como fundamentada na identidade sexual biológica, ou seja, masculina e feminina. A Santa Sé defende e promove uma abordagem holística e integrada, firmemente centrada na dignidade humana e no desenvolvimento humano integral de cada pessoa”.

Concluindo dom Diquattro disse que a Santa Sé solicita que esta declaração seja refletida no relatório da sessão.

Fonte

Escreva abaixo seu comentário.

Por favor escreva um comentário
Por favor insira o seu nome aqui