Dom Inácio Saúre apela à solidariedade para deslocados de Memba em situação crítica

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O Arcebispo de Nampula e presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, Dom Inácio Saúre, manifestou profunda preocupação com a situação de mais de 30 mil deslocados acolhidos em Alua, no distrito de Memba, e apelou a uma solidariedade imediata e concreta para socorrer famílias afectadas pelo terrorismo.

Cremildo Alexandre – Nampula Moçambique

O Arcebispo de Nampula e presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, Dom Inácio Saúre, expressou no último sábado (22/11) em entrevista á Rádio Vaticano após a celebração da confirmação na paróquia da Santa Cruz, Arquidiocese de Nampula, forte inquietação diante da situação humanitária vivida por mais de 30 mil deslocados no posto administrativo de Alua, distrito de Memba, que fogem das mais recentes incursões terroristas na província de Nampula.

Dom Inácio afirmou manter “contacto regular com o Bispo de Nacala”, diocese à qual pertence Memba, e explicou que a partilha de informações tem sido constante para responder às necessidades mais urgentes: “O apelo é à solidariedade imediata e material. Todos nós devemos olhar para estas famílias e não apenas para a Igreja como hierarquia.”

O Arcebispo revelou que já orientou a Cáritas Arquidiocesana de Nampula a preparar uma resposta concreta.



Deslocados de Memba, em fuga dos ataques terroristas e da violência

Condições precárias agravadas pelas chuvas

Além da violência, as famílias enfrentam agora o início das chuvas, que pioram as condições já frágeis das pequenas casas improvisadas: “As pessoas dizem-me: ‘Arcebispo, a palhota está a apanhar chuva’. É uma situação muito dolorosa”, lamentou.

Dom Inácio relatou ainda episódios dramáticos, incluindo mortes por fome e sede durante as fugas e uma criança que perdeu a vida em Alua, testemunhada por autoridades locais. “É melancólico, é doloroso. Crianças inocentes a morrerem. Pedimos que Deus toque o coração de todos os mentores desta guerra, tirando o coração de pedra e colocando um coração de carne.”

Apelo à solidariedade de todos

O Arcebispo reforçou o pedido de ajuda aos fiéis e à sociedade civil: “Todos aqueles que têm alguma possibilidade – dinheiro, roupa, comida – podem ajudar.”

Indicou que tanto a Cáritas Diocesana como a Rede de Rádio e Televisão Encontro estão a receber contribuições e a garantir que a ajuda chega aos destinatários: “O relevante é não deixar estas famílias sozinhas.”

“Mais de 30 mil pessoas em Alua”

Dom Inácio sublinhou a dimensão da crise: “Alua é praticamente uma aldeia. E hoje tem mais de trinta mil pessoas deslocadas. É muito preocupante.”

O prelado concluiu agradecendo a divulgação dessas informações, reconhecendo que “todos precisam de saber que estamos preocupados”.

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