Papa reza pelos artistas: povo do circo já sofre por falta de comida devido à pandemia

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Francisco já descreveu os circenses como “artesãos da felicidade e da festa” e hoje, segundo alerta a Pastoral dos Nômades do Brasil, são artistas que precisaram baixar as tendas e, sem o retorno das bilheterias e uma renda fixa, já sofrem por falta de comida. Os voluntários católicos estão mobilizados para ajudar o povo itinerante do circo com campanha de doação de cestas básicas. “Que o Senhor envie o Seu Espírito para termos coragem de ir ao encontro deles”, disse Pe. Wallace Do Carmo Zanon.

Andressa Collet – Vatican News

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O Papa Francisco renovou o pedido de orações pelos artistas na missa desta quinta-feira (7), na lar Santa Marta, ao comentar que recebeu uma carta de representantes do setor que agradeciam as intenções do Pontífice. Segundo o Papa, os artistas ajudam a compreender o Evangelho através da beleza do seu trabalho.

O olhar dos Papas aos circenses

Nessa categoria, também se encontram os itinerantes, trabalhadores viajantes e sem ocupação fixa, como os circenses, os já descritos por Francisco como “artesãos da felicidade e da festa”. Quem lembra dessa passagem é o Pe. Mirko Dalla Torre, membro da Pastoral do Espetáculo Viajante da Fundação Migrantes, um organismo da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que acompanha e apoia as comunidades migrantes no país, em especial, as famílias envolvidas no fenômeno de mobilidade urbana:

“De João XXIII até o Papa Francisco, no pensamento dos Papas sempre estiveram os profissionais do espetáculo viajante. Lembremos do Papa Francisco que, numa Audiência de 2017, se dirigiu ao espetáculo viajante, chamando-os de artesãos da felicidade e da festa. Papa Francisco tem um olhar dirigido aos pobres e a todas as pessoas com necessidades e, colocamos neste momento, também eles que não trabalham.”

Povo do circo sente fome

No Brasil, a Pastoral dos Nômades, um organismo ligado à CNBB para promover a dignidade das pessoas nômades, tem alertado sobre as dificuldades vividas pelos circenses, ciganos e parquistas durante a pandemia. Uma situação frágil e pouco considerada diante das medidas de isolamento social que proíbem a aglomeração de pessoas, gerando consequências econômicas diretas para trabalhadores privados de renda, mas com despesas para administrar. Desde o início de abril, pedidos de socorro têm chegado inclusive por WhastApp.

O palhaço Pessebe, proprietário de circo em Sergipe (AL) e agente da Pastoral, tem feito um trabalho de mobilização entre os empresários de várias cidades pedindo a doação de cestas básicas à população circense que precisou baixar as tendas e, sem o retorno das bilheterias, está precisando de comida. A orientação, como recomenda Maria Cristina Teixeira Garcia, coordenadora-executiva da Pastoral em reportagem da CNBB, é procurar “as autoridades municipais e as paróquias mais próximas para pedir apoio”. 

Ajude você também!

Quem quiser ajudar, em qualquer parte do Brasil, basta ingressar em contato com a coordenadora-executiva da Pastoral dos Nômades, Cristina Garcia, pelo telefone: 27-99831-8131 ou pelo e-mail: cgtsilva@gmail.com. O organismo também está com um novo site para divulgar as ações e integrar o trabalho dos agentes que há 30 anos atuam pela Pastoral dos Nômades no Brasil.

É preciso ter coragem para ajudar

A página “pastoralnomades.org.br” foi lançada oficialmente no domingo, 4 de maio, dia em memória ao beato Zeferino Gimenez, cigano e mártir, com a celebração de uma missa transmitida ao vivo da paróquia Santa Lúcia, em Eunápolis (BA), pelo Facebook. O tesoureiro da Pastoral, Pe. Wallace Do Carmo Zanon, presidiu a celebração e, na homilia, lembrou da experiência de caridade do beato. O sacerdote exortou a viver mais o exemplo de Jesus, de não ficar só na superficialidade, e de no empenharmos mais, como fez Zeferino, em “todos os acampamentos, ranchos, circos e parques”, indo até eles para fazer a experiência de Cristo ressuscitado:

“Precisamos ir ao encontro dessas pessoas que, neste momento difícil, não têm nem o que comer. O que nós, como cristãos verdadeiros, estamos fazendo para dar vida a essas pessoas? Que o Senhor envie o Seu Espírito para termos atitudes diferentes e para termos coragem de ir ao encontro deles.”

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