O vírus está exacerbando antigas desigualdades sanitárias e sociais que as comunidades nativas e indígenas tem que enfrentar. Um adequado financiamento para o serviço de saúde indígena tem sido um desafio ao longo do tempo, referem prelados, e existem relatos de falta de equipes médicas e leitos hospitalares, haviam afirmado os bispos da Conferência Episcopal dos Estados Unidos ao expressarem sua solidariedade aos nativos estadunidenses em uma mensagem divulgada em maio.
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Arizona, Novo México e Utah são os três Estados que compõem a Nação Navajo nos Estados Unidos: uma região onde foram registrados mais de 5.000 casos positivos entre os cerca de 173.000 habitantes.
O alarme – relata a Angelus News, o serviço de informações da Diocese de Los Angeles – foi lançado Catholic Extension, organização nacional de captação de recursos que apoia e fortalece as dioceses missionárias pobres nos Estados Unidos.
“As pandemias nos recordam que os pobres serão os primeiros a sofrer e os últimos a se recuperarem em termos de saúde e de economia”, observou Joe Boland, vice-presidente do órgão.
Daí o apelo a todos os católicos para que se empenhem “em um trabalho longo e duradouro de apoio e acompanhamento junto aos navajos, para evitar que sejam esquecidos” no contexto da emergência de saúde.
“Em toda Nação Navajo – afirma Boland – o número de desempregados é imenso, o diabetes afeta muitas pessoas, muitas casas não têm água corrente e o vício em drogas e álcool é um desafio constante”. Em suma, uma condição de “pobreza absoluta”, sobre a qual os holofotes nunca devem ser “desligados”.
Outro testemunho com preocupação vem da irmã Teresa Chato, que trabalha na paróquia “Nossa Senhora de Fátima” em Chinle, Arizona, no coração da Nação Navajo: antes ainda da pandemia, explica ela, “os cerca de 800 paroquianos viviam em meio a mil dificuldades, como a falta de água corrente e uma taxa de desemprego de 70%”, tanto que “pelo menos 400 famílias costumavam contar com a ajuda do Banco de Alimentos da paróquia”.
Mas agora, devido ao coronavírus, os pedidos de ajuda se multiplicaram, tanto que além de alimentos para as pessoas, a paróquia também oferece o feno necessário para o alimento dos animais.
Desse modo, a Igreja Católica continua a fazer sentir sua proximidade com a população, uma proximidade que é mais necessária do que nunca, especialmente agora que as celebrações litúrgicas com a presença dos fiéis foram suspensas para evitar novos contágios.
Por meio de atividades de caridade e solidárias, portanto, “encontramos uma maneira de criar uma cultura de encontro e de acompanhamento da população local – sublinha a irmã Chato – e isso cria esperança”.
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