“Diante desta pandemia, este mundo, capaz de grande generosidade, encontra-se também na dúvida. Ofereçamos nossa solidariedade, a esperança e a felicidade do Evangelho”, exortam os bispos na Carta pastoral. Eles fazem votos de que o verão europeu possa ser um momento de “conectar-se com o essencial” e, ao mesmo tempo, uma oportunidade “para buscar ativamente aquilo que Deus quer de cada um de nós, para a Sua Igreja e para o nosso mundo”
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Na Carta pastoral dos bispos belgas sobre os desafios do pós Coronavírus, intitulada “Uma esperança a ser oferecida”, os prelados lançam um convite a continuar na solidariedade e a partilhar a felicidade do Evangelho.
Acompanhado de um vídeo, o documento traça um balanço destes meses difíceis de pandemia que colocaram a duras provas “muitas pessoas, famílias e comunidades atingidas pelo luto, pela doença, pela perda do trabalho e pelo isolamento”. O primeiro pensamento dos bispos belgas dirige-se a eles.
Isolamento permitiu também gestos de solidariedade
Os prelados recordam também os sofrimentos dos cristãos impossibilitados, nestes meses de isolamento, de ter acesso aos Sacramentos e de achar-se em comunidade. “Ficar distante dos nossos irmãos e irmãs foi custoso para nós”, afirmam, agradecendo aos fiéis por terem respeitado as pesadas restrições impostas contra o contágio.
Mas estes meses não foram marcados somente pelo sofrimento e pelas dificuldades. “O isolamento também permitiu a todos nós observar muitos gestos de solidariedade”, observam os bispos belgas.
Igreja deu prova de uma “nova criatividade pastoral”
“Muitas pessoas dedicaram seu tempo e seus talentos aos outros. Vizinhos e também perfeitos desconhecidos se fizeram próximos.” E foi esta proximidade que demonstrou que nestes tempos sombrios Deus não esteve ausente e que “a Sua Páscoa é mais forte do que as trevas”, ressaltam.
O isolamento social também permitiu à Igreja dar prova de uma “nova criatividade pastoral” e redescobrir algumas dimensões da fé que a rotina corre o risco de levar a esquecer, como a escuta da Palavra, a oração pessoal ou familiar, a reflexão, o colóquio.
Desafios são de caráter social, ambiental e econômico
Os bispos belgas encorajam a prosseguir neste caminho: “Juntos, continuemos tornando nossas comunidades mais bonitas porque mais fraternas, mais sensíveis às feridas de cada um e à sede deste mundo”, a “cuidar das nossas celebrações a fim de que sejam fontes de interioridade e de empenho” – é a exortação deles para a pós Covid-19.
Efetivamente, a pandemia permitiu “identificar os maiores desafios do nosso tempo” que são de caráter social, ambiental e econômico. Não há respostas prontas para esses desafios, mas, ressalta o documento, “podemos alcançar recursos da nossa fé e da partilha da comunidade para discernir e agir junto a outras pessoas e grupos em nossa sociedade”.
Buscar ativamente aquilo que Deus quer de cada um de nós
A Igreja belga se dirige em particular às comunidades cristãs exortando-as a comprometer-se, com o mesmo entusiasmo, “no coração de Deus e no coração do mundo”, como nos pede nosso batismo: “Diante desta pandemia, este mundo, capaz de grande generosidade, encontra-se também na dúvida. Ofereçamos nossa solidariedade, a esperança e a felicidade do Evangelho”, exorta a Carta pastoral.
O documento conclui-se com os votos de que o verão europeu possa ser um momento de “conectar-se com o essencial” e, ao mesmo tempo, uma oportunidade “para buscar ativamente aquilo que Deus quer de cada um de nós, para a Sua Igreja e para o nosso mundo”.
Vatican News – LZ/RL