O padre jesuíta Augostine Edan Ekeno fez um caloroso apelo aos jovens do Sudão do Sul para que não se deixem enganar pelos que querem que acreditemos que os seres humanos são incapazes de alcançar a paz”. O seminário virtual foi realizado em 18 de julho pelo Instituto Arrupe no site da AMECEA (Associação das Conferências Episcopais da África Oriental)
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Semeadores de paz, protagonistas da mudança: são eles, os jovens do Sudão do Sul, a nação mais jovem do continente africano. E para eles foi dedicado o seminário virtual “Paz: o que é e por que é relevante”, realizado em 18 de julho, organizado pelo Instituto Jesuíta Arrupe e no site da Amecea (Associação dos membros das Conferências Episcopais da África Oriental). A conferência on-line foi dada pelo Padre Augostine Edan Ekeno, diretor do Instituto Jesuíta Educacional e Agrícola do Sul do Sudão (Majis) que, inspirado na Exortação Apostólica pós-sinodal Christus vivit do Papa Francisco, reiterou a importância da juventude na promoção da paz e reconciliação não apenas no Sudão do Sul, mas em toda a África.
Três áreas para um porvir melhor
Em particular foram destacadas três áreas nas quais os jovens devem agir para um porvir melhor no continente: “Primeiro – disse Padre Ekeno – é bom que os jovens aprendam e apreciem o fato de serem a geração mais produtiva e com maior potencial para transformar a sociedade”. Os jovens são “protagonistas da mudança”, acrescentou o religioso, e “a Igreja deseja acompanhá-los para que possam se tornar protagonistas de seu porvir”.
Em segundo lugar, Padre Ekeno desejou que “os jovens aprendam que alcançar a paz é possível”: eles não deveriam ser “enganados ou desviados por aqueles que querem manter a humanidade ligada à escravidão do pessimismo” ou por “aqueles que querem que acreditemos que os seres humanos são incapazes de alcançar a paz”. Pelo contrário, os jovens “devem ser acompanhados e guiados para acreditarem em si mesmos como catalisadores e promotores de mudança”.
A terceira área de ação diz respeito à luta contra a exploração dos jovens para fins de guerra: “Na África, a paz não pode ser alcançada se os jovens não resistirem e se deixarem explorar pelos inimigos da paz que querem que eles lutem em guerras às quais não pertencem”, disse o Padre Ekeno.
Evitar estratégias destrutivas
Por fim acrescentou: “Quero que os jovens entendam que é hora de se unirem contra as estratégias destrutivas de indivíduos e grupos políticos gananciosos que os usam sem escrúpulos como um meio para realizar seus próprios interesses e ambições”.
Mais apoio dos pais e da escola
O apelo do Padre Ekeno também foi dirigido aos pais que “como se estivessem no exílio de seu papel de educadores, muitas vezes negligenciam a responsabilidade de educar seus filhos”. E não só os pais: as instituições educacionais também – destacou o religioso – “deixaram de oferecer treinamento para a vida e se adaptaram a serem simples centros de produção de estudantes” bem formados na escola, mas carentes de “valores fundamentais que poderiam lhes permitir a construção da paz e a enfrentar os desafios da era contemporânea”. A partir dessa questão o jesuíta desejou que seja “construída uma cultura de encontro que ajude os jovens africanos a trocar ideias e compartilhar suas experiências a fim de alcançar um mundo justo e pacífico”, no qual “cada um defende o outro, independentemente de sua origem, nacionalidade ou religião”.
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