Bispos filipinos: responder à Covid com os olhos da fé e o coração da caridade

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Os bispos exortam “os funcionários governamentais a estarem mais abertos a novos conhecimentos científicos e experiências globais em torno da Covid-19”, a estarem abertos à sabedoria e experiência dos profissionais de todos os setores da sociedade e a aprenderem com as experiências de outros países para combater a epidemia “com humildade política e honestidade coletiva”. E pedem prioridade na proteção aos grupos mais vulneráveis da sociedade

Vatican News

Os bispos filipinos exortaram os fiéis a responder à pandemia do coronavírus “com os olhos da fé, o coração da caridade e o cinto da verdade”.

Numa carta pastoral, difundida em 12 de agosto na página web do Episcopado, assinada pelo arcebispo de Lingayen-Dagupan e responsável pela Comissão para os Seminários, dom Sócrates Villegas, e pelo bispo de San José e presidente da Comissão de Catequese e Educação Católica, dom Roberto Mallari, os prelados fazem apelo às comunidades dos fiéis, para que neste tempo de pandemia, no qual a população tem sofrido, entre outras coisas, em isolamento, com medo de doenças e morte, perda de emprego e liberdades fundamentais e com o colapso da economia, elas sejam capazes de discernir a verdade e tomar decisões apropriadas com base nesta verdade.

“Precisamos de clareza de propósito e certeza de direção de nossos líderes neste caminho tortuoso. Deploramos a marginalização dos valores religiosos em nossos programas de combate a esta pandemia. O programa Covid-19 deve ser radicado na ética, uma ética centralizada nas pessoas”, lê-se na carta.

A verdade libertará de medos e ansiedades desnecessárias

Os bispos apelam para que os círculos de estudo dentro das comunidades religiosas sejam críticos e perspicazes diante das falsas histórias da mídia e de muitas políticas públicas não científicas e irracionais, convidando os institutos e universidades católicas, e seus departamentos de pesquisa, a fazer de modo que os estudos científicos sobre a Covid-19 sejam amplamente compartilhados, usando a razão, a ciência e os ensinamentos sociais católicos.

“Eles darão a nossos compatriotas acesso à verdade que os libertará de medos infundados e ansiedades desnecessárias”, afirmam na carta pastoral.

Desse modo, encorajam as redes de informação católicas a difundirem uma perspectiva holística falando sobre a pandemia e exortam as vozes mais responsáveis e confiáveis a se fazerem ouvir, mesmo se contrárias ao que está sendo dito.

Manter e proteger liberdade de movimento e de expressão

“Devemos manter e proteger nossa liberdade de pensamento, de movimento, de expressão e de reunião”, enfatizam. Pedem a todos os meios de comunicação que sejam equilibrados em suas reportagens sobre a Covid-19, “verdadeiramente independentes e destemidos”, e que sigam “a verdade para onde quer que ela possa levar”.

Por fim, exortam “os funcionários governamentais a estarem mais abertos a novos conhecimentos científicos e experiências globais em torno da Covid-19”, mesmo que possam questionar suas próprias crenças e sistemas de gerenciamento de pandemia, a estarem abertos à sabedoria e experiência dos profissionais de todos os setores da sociedade e a aprenderem com as experiências de outros países para combater a epidemia “com humildade política e honestidade coletiva”.

“A nação entendeu que há cinco meses o governo não tinha outra escolha senão implementar medidas extremas de quarentena para proteger a vida de seus cidadãos”, lê-se na declaração.

Iniciativa de oração, de 15 de agosto a 15 de setembro

Todavia, “o isolamento contínuo e sem fim não é necessário”, acrescentam os bispos, exortando o governo a reforçar a capacidade dos hospitais e racionalizar os espaços hospitalares a fim de fazer o melhor uso possível deles.

“Concentremos nossa estratégia na proteção dos grupos mais vulneráveis da sociedade, incluindo os idosos e as pessoas ameaçadas por outras doenças”, identificando “quem deve receber prioridade no atendimento hospitalar.”

Denunciando a trágica situação vivida pela nação neste período – os assassinatos, a violência contra mulheres e crianças, a degradação ambiental, a corrupção governamental, o aborto, a pobreza –, os prelados convidam os fiéis a não se desencorajarem com as “amplas sombras da morte projetadas em nosso país”, em “um regime de morte” no qual “as trevas parecem gozar de seu momento de grandeza”, chamando-os a rezar todos juntos, onde quer que se encontrem, dez Ave-Marias, ao meio-dia, a partir de 15 de agosto, solenidade da Assunção, até 15 de setembro, festa de Nossa Senhora das Dores, para ajudar a nação a se curar.

Vatican News Service – AP/RL

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