O Padre Miguel Miró, Prior geral da Ordem dos Agostinianos Recoletos, apresentou um livro de sua autoria, intitulado “Viver a pobreza: graça e desafio”, com o qual propõe viver a pobreza, pessoal e comunitária, solidários e comprometidos com os mais necessitados.
Vatican News
O Padre Miguel Miró, Prior geral da Ordem dos Agostinianos Recoletos, apresentou e comentou seu livro “Viver a pobreza: graça e desafio”, sobre a pobreza evangélica, que se inspira na passagem evangélica de São Lucas (6,30): “Bem-aventurados os pobres, pobres deles é o Reino de Deus!”. Em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, Padre Miguel Miró explicou que o objetivo da sua obra é apontar critérios para orientar os religiosos a viver a sua pobreza e atuar juntos aos pobres de hoje. Em seis capítulos, o Prior dos Recoletos aborda a pobreza evangélica como forma de vida e dimensão do carisma da Ordem, com base no magistério e os ensinamentos do Papa Francisco. A ideia de publicar este livro nasceu durante o 55º Capítulo Geral da Ordem (2016), ao término do qual o Prior geral se comprometeu de elaborar um documento sobre o Conselho evangélico da pobreza e o modo de vivê-lo em nossos dias. O Prior aproveitou o período da pandemia, enquanto se encontrava na Venezuela e, depois, em Roma, para coletar todas as informações possíveis para preparar a sua obra.
Pobreza é escolher seguir o pobre Jesus
“Para nós – disse na entrevista o Prior geral dos Agostinianos Recoletos – a pobreza não é uma mera questão social ou econômica, mas seguir Jesus pobre e optar pelo seu caminho de pobreza, desde a Encarnação até à Cruz, durante o qual anunciou o Evangelho aos pobres”. Seguir Jesus, frisou Padre Miró, é viver a pobreza, na nossa vida pessoal, comunitária e social, sendo concretamente solidários com os mais pobres. Isto está relacionado também com o convite do Papa Francisco nos faz: cuidar e proteger a nossa lar comum, a Criação, o meio ambiente.
Aprofundamento do nosso carisma
Seguindo as orientações do Santo Padre, o Prior dos Recoletos aprofunda o carisma próprio da sua Ordem em resposta à missão de levar a mensagem do Evangelho vivido à nossa sociedade e ao mundo inteiro. Aqui, o Padre Miguel Miró citou a última encíclica do Papa Francisco, “Todos irmãos”, que nos propõe sonhar juntos, promover e anunciar o Evangelho, viver unidos com todos os homens, na busca da salvação do mundo e na sua humanização, diante da tirania e dos abusos de tantos pobres, vítimas do poder e da riqueza”. Para o Prior geral dos Agostinianos Recoletos é preciso conjugar as bem-aventuranças com os pobres de espírito: “Nós escolhemos, livremente, ser pobres! O religioso faz uma opção pela pobreza para continuar a missão de Jesus, tornando-o presente na nossa sociedade, nas escolas, nas paróquias, na pastoral, nos centros de espiritualidade”. A pobreza é libertadora e nos torna livres. Por isso, no subtítulo do seu livro ele recorda: “Bem-aventurados os pobres, porque deles é o Reino de Deus”. É um convite aos irmãos para serem felizes!
O que acontece quando não somos felizes? Para responder a esta pergunta, o Padre Miguel Miró convida a olhar ao nosso redor e ver o que nos falta ou o que nos sobra. Assim, descobrimos que sobra muito e esta sobra não deve ser desperdiçada, mas compartilhada com quem nada tem, os pobres; devemos ser solidários com as pessoas, sobretudo as mais indigentes. Cristo nos envia para evangelizar o mundo na sua diversidade de situações, lugares, países e culturas.
“Viver a pobreza: graça e desafio”. Com este título do seu livro, o Prior dos Recoletos apresenta a pobreza evangélica como modo de vida, segundo o carisma da sua Ordem. Ele divide a sua obra em seis capítulos: explica, inicialmente, o sentido das Bem-aventuranças: “Felizes os pobres!”; depois, propõe viver, com coerência e felicidade, a opção pelos pobres, que os religiosos professaram; faz uma breve referência a Santo Agostinho, à história da Ordem e às Constituições; sugere algumas disposições para viver a pobreza, a opção preferencial pelos pobres, com base na economia e em relação à ecologia. Enfim, oferece orientações concretas para viver, em nossos dias, a pobreza pessoal e institucional e conclui com um convite à gratidão e à esperança.