“Esses grupos violentos contrastam com muitos outros que se manifestaram pacificamente. A grande maioria do Chile anseia por justiça e medidas eficazes que contribuam para superar as lacunas de desigualdade; eles não querem mais corrupção nem abusos, esperam um tratamento digno, respeitoso e justo”, afirmaram os bispos chilenos em uma nota.
A fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre condena com veemência os violentos ataques contra duas igrejas em Santiago do Chile ocorridos no domingo,18 de outubro, no primeiro aniversário do início das manifestações de outubro de 2010, contra o aumento das passagens do transporte público.
Enquanto a manifestação se desenvolvia pacificamente na Praça Itália, reunindo famílias e idosos, grupos de radicais encapuzados atacaram a Igreja de São Francisco de Borja dos Carabineros e a Igreja La Assunción, uma das mais antigas da capital, construída em 1876, que já havia sido atacada em 8 de novembro de 2019.
“Estamos consternados com as agressões, saques e ataques a igrejas em Santiago do Chile, afirmou Thomas Heine-Geldern, presidente executivo da Ajuda à Igreja que Sofre. Os acontecimentos de ontem mostram o quão distante podem chegar a violência e o ódio promovidos por alguns grupos”.
“Nada justifica o uso da violência, nem os ataques a espaços sagrados, nem o uso da violência contra a fé e crenças alheias contribuirão para a defesa da justiça social, racial ou econômica”, acrescentou ele.
Ao mesmo tempo em que considera ser legítimo manifestar e pedir mudanças sociais, Thomas adverte que “o ódio desenfreado contra grupos religiosos gera violência e destruição e deve ser abertamente condenado em todo o mundo”.
Outrossim, o presidente executivo da fundação pede ao governo chileno “que garanta a proteção dos edifícios religiosos contra este tipo de crimes de ódio”.
“Expressamos a nossa proximidade e apoio ao pároco da Igreja La Assunción, Pedro Narbona, que desde há muitos anos também apoia o trabalho da Ajuda à Igreja que Sofre no Chile em favor dos sofredores e perseguidos cristãos. Ficamos horrorizados com o fato de ele ter sofrido em primeira mão um nível de violência contra a Igreja que até agora só conhecíamos em outras partes do mundo.”
A ACN reitera o seu apoio a todos os cristãos do Chile, cujos templos e edifícios são sistematicamente ameaçados por grupos violentos. Desde outubro de 2019, mais de 57 templos e edifícios foram atacados e queimados neste país.
Com ACN Brasil