Pelé, o jogador brasileiro que marcou uma geração e encanta o mundo até hoje. Agradecemos por aquilo que ele é enquanto sinal de esportista, pois usou seu dom para servir as pessoas e ao próprio Brasil, disse o arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta.
Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro
Uma missa em ação de graças no Santuário Cristo Redentor, no Corcovado, em 23 de outubro, marcou os 80 anos de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, brasileiro admirado por seu futebol genial e que tornou-se o jogador mais conhecido do mundo. Quando ele participou pela primeira vez de uma Copa do Mundo, em 1958, aos 17 anos, o Brasil foi campeão, façanha que se repetiu com ele nas Copas de 1962 e 1970.
“Agradecemos a Deus pelo dom que concedeu a Edson Arantes do Nascimento de fazer a felicidade de muitos jovens no seu tempo pelo seu talento de jogador de futebol, tanto pela seleção brasileira quanto pelo seu clube. Agradecemos por aquilo que ele é enquanto sinal de esportista, pois usou seu dom para servir as pessoas e ao próprio Brasil, disse o arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, que desde a sua juventude é torcedor do Santos Futebol Clube, rogando a Deus para que ele tenha “muita paz, felicidade, saúde e longa vida”.
O vigário episcopal do Vicariato Episcopal para a Cultura, cônego Marcos William Bernardo, em nome da Arquidiocese do Rio de Janeiro, também parabenizou o jogador e ofereceu orações, afirmando que a data é relevante e significativa para a vida dele e de todos os brasileiros.
“Pelé é um grande atleta e ídolo, que completa 80 anos de vida, sempre marcada por sua notoriedade, uma presença que leva consigo o jeito, o drible e a maneira de ser do povo brasileiro. Pelé se tornou um símbolo para o mundo a ponto de quando alguém questionar pelo Brasil, imediatamente vem o nome do Rei Pelé”, disse o cônego Marcos William.
Muitos fãs do Brasil e do mundo inteiro, de todas as idades e classes sociais, homenagearam durante todo o dia, nas mídias digitais, o jogador que nasceu na cidade mineira de Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, filho do ex-jogador de futebol João Ramos do Nascimento, o Dondinho. Uma das homenagens foi realizada pelo Pontifício Conselho para a Cultura, com sede no Vaticano, que enviou mensagem.
“Alguns declararam Pelé o maior esportista de todos os tempos. É um título disputado por algumas das grandes figuras do esporte, e entre elas, certamente, nosso amado Pelé. Aos olhos de Deus, porém, o maior é aquele que sabe se fazer pequeno e servir humildemente aos seus irmãos. E aqui também Pelé é um dos grandes. Muitos parabéns ao Rei por seu aniversário, com nossa lembrança em oração. Que Deus vos abençoe”, escreveu monsenhor Melchor Sánchez de Toca, subsecretário deste conselho, que também é responsável pelo Movimento Esporte a Serviço da Humanidade.
A missa no Corcovado, presidida pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, reuniu esportistas amigos do homenageado, que partilharam momentos marcantes com Pelé. Os atletas que não puderam comparecer, enviaram mensagens em vídeo, que foi transmitido na página oficial do reitor (youtube.com/padreomar), entre eles, Zico, Mazinho e Juan.
“A ação de graças no Cristo Redentor foi um momento muito especial de rezar para o brasileiro mais conhecido no mundo, merecedor de inúmeras homenagens. Agradecemos a Deus pela sua competência como atleta, rogando as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida, ele que sempre se apresentou devoto. Nossa oração é para que ele mantenha ainda mais seu ideal de levar a imagem do Brasil através do esporte de uma maneira forte e objetiva. Se de fato o Brasil é o país do futebol, nós devemos isso a sua capacidade futebolística, que sempre foi exemplar”, disse padre Omar.
O assistente eclesiástico da Pastoral do Esporte na Arquidiocese do Rio, padre Marcus Vinicius Antunes da Trindade, disse que não viu Pelé jogar na seleção porque nasceu no final de 1970, o mesmo ano que Brasil ganhou a terceira Copa do Mundo, mas destacou a paixão pelo Rei e pelo futebol, que herdou de seu avô e de seu pai.
“Quando o mundo inteiro comemora e celebra os 80 anos do Pelé, agradecemos a Deus pelo dom de sua vida. Ele manifestou para nós brasileiros e para o mundo inteiro a grande importância da arte do futebol, principalmente o futebol brasileiro. Que a sua vida e seu amor pelo futebol, quando procurou valorizar a dimensão do coletivo, possa suscitar grandes atletas para o nosso país”, disse padre Marcus Vinicius.
Outro sacerdote admirador de Pelé é o coordenador da dimensão missionária na Arquidiocese do Rio, padre Licinho Cohen Couto, que teve a oportunidade de assistir uma partida com a presença do jogador, no Maracanã, em 1974, antes dele se despedir dos gramados.
“Há muito tempo, fui visitar um museu em Zurique, na Suíça, e o Brasil estava sendo representado pela figura de Pelé, demonstrando o quanto ele é conhecido no mundo inteiro. Ele foi alguém que viveu, de fato, para o país, e ainda mais o projetou de maneira positiva. Sempre que posso, assisto aos jogos da época, para matar a saudade do seu maravilhoso futebol”, disse padre Licinho.