Em uma entrevista ao Vatican News, Dom José Advincula de Capiz explica as razões pelas quais o Papa Francisco o teria escolhido para ser um cardeal.
Vatican News
O Papa Francisco no domingo surpreendeu a todos ao anunciar os nomes de 13 novos cardeais de várias partes do mundo. O novo status desses candidatos será formalizado em um Consistório no Vaticano em 28 de novembro, afirmou o Pontífice.
Entre os novos cardeais está o arcebispo filipino José Fuerte Advincula de Capiz, da região central de Visayas. O prelado de 68 anos já havia sido bispo de São Carlos por 10 anos, até sua transferência para Capiz em 2011.
Quando ouvir notícias de que ele estava entre os 13 novos cardeais nomeados pelo Pontífice, o arcebispo Advincula pensou inicialmente tratar-se de outro “José” e que os repórteres teriam errado o sobrenome. Mas mais tarde veio a saber da verdade.
“Penso que é um sentimento de resignação”, declarou ele ao Vatican News na terça-feira, dois dias após o anúncio do Santo Padre. “Embora eu esteja um pouco feliz por causa da honra”, disse ele, “também estou com medo por causa das responsabilidades”.
A Igreja cuida das periferias
Sobre a escolha do Papa do pastor de Capiz, uma diocese pouco conhecida em comparação com outras maiores e mais proeminentes, o arcebispo Advincula procurou explicar o que o Santo Padre poderia ter pensado.
O cardeal designado de 68 anos indicou que trabalhou em três dioceses rurais como sacerdote e bispo. Falando com os seus colegas bispos e padres, chegou à conclusão de que “talvez o Santo Padre quisesse realmente comunicar às pessoas das periferias que também elas estão sendo atendidas pela Igreja”.
E acrescentou, que um sacerdote amigo observou que poderia ser porque ele “tem criado estações missionárias e escolas missionárias em lugares distantes”, primeiro na Diocese de São Carlos e depois em Capiz.
“Sempre achei que a Igreja tem que estar mais próxima das pessoas, especialmente das periferias”, destacou Dom Advincula. “Portanto”, observou, “esta poderia ser uma maneira que o Santo Padre deseja transmitir ao povo a presença da Igreja nas periferias”.
Dignidade e direitos humanos
Além de criar estações missionárias e uma escola na zona rural das Filipinas, o arcebispo de Capiz sente que a Igreja no país também deve zelar pelo respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos das pessoas. Esse compromisso ajuda a aliviar a pobreza porque ele acredita que “a pobreza é uma das razões pelas quais temos problemas sociais”.
Nesse sentido, “a educação é a forma de desenvolver as pessoas para que possam adquirir mais para ter uma vida mais digna”. O arcebispo Advincula acredita que essas podem ter sido algumas das razões pelas quais o Papa Francisco o escolheu para ser cardeal.