Em Cabo Verde, o CNE, Conselho Nacional de Eleições, defende a definição atempada de um quadro legal para adequar as próximas eleições legislativas no país ao contexto de covid-19. Tudo, tendo em conta a forma como decorreram as recentes eleições autárquicas.
Dulce Araújo (com Rádio Nova)
A presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) em conferência de imprensa para balanço das eleições autárquicas de 25 de Outubro, afirma que a Covid-19 não reduziu a competitividade e o debate político durante o processo eleitoral. Maria do Rosário Gonçalves, adianta, todavia, que houve alguns constrangimentos que precisam ser evitados nas próximas eleições.
Neste sentido Maria do Rosário aponta como um dos desafios a ser vencido para as próximas eleições, nomeadamente as legislativas, previstas para Março de 2021, a definição de um quadro legal que possa garantir o exercício do voto aos eleitores com restrições devido à covid-19.
A CNE conclui que globalmente o processo eleitoral foi positivo, tendo sido respeitado ao longo do processo, os princípios democráticos, e assegurado o amplo exercício dos direitos de liberdade de expressão.
Entretanto, assinala algumas insuficiências logísticas e operacionais que condicionaram os trabalhos em algumas mesas de voto, com atrasos significativos.
Com vista a evitar que tais situações venham a ser registadas nas próximas eleições, a presidente da CNE sugere que medidas sejam tomadas.
Um total de 16 listas, sendo quatro propostas por partidos políticos e 12 independentes, totalizando 65 candidaturas, concorreram às eleições autárquicas de 25 de Outubro conforme informações da CNE.
A nível nacional estavam inscritos 336.642 eleitores dos quais 196.732 exerceram o seu direito de voto, correspondente a 61% dos inscritos. A abstenção ficou nos 39%.