O Natal no Iraque é marcado por luzes e sombras nesta época abalada pela pandemia. No país do Oriente Médio, onde o Papa Francisco estará de 5 a 8 de março próximo, o presente mais esperado é o da paz autêntica. É o que sublinha o bispo auxiliar do Patriarcado Caldeu da Babilônia, Dom Shlemon Warduni.
Amedeo Lomonaco – Vatican News
Rezar porque somos filhos da esperança. É a veemente exortação que o bispo auxiliar do Patriarcado da Babilônia dos Caldeus, Dom Shlemon Warduni, renova neste Natal abalado pela pandemia. Nestes dias, o olhar deve estar voltado para o Salvador, para o Menino Jesus que dá felicidade ao mundo inteiro. No Iraque, acrescentou Dom Warduni, o presente mais esperado é o da paz autêntica.
R.- As luzes são sempre a salvação que nosso Senhor nos deu. Ele se fez homem como nós e, por isso, devemos agradecer ao Senhor. Devemos sempre pedir perdão ao Senhor. Por outro lado, existem muitas coisas negativas. Em primeiro lugar, o coronavírus. E há coisas que nos machucam: nações que realmente querem pegar as coisas negativas e há pessoas que querem a guerra sem se lembrar de Deus que nos salvou e que nos trouxe a este mundo para nos trazer de volta a Ele depois da morte.
Quando o senhor fala de coisas negativas, refere-se à ideologia terrorista que infelizmente ainda paira como um fantasma no Iraque, grupos e pessoas que ainda querem a guerra … ?
R.- Tem algumas nações que falam de guerra, de interesses próprios. Existem também partidos que, em vez de construir a nação, defendem ideologias contra o homem. O fato de haver pessoas que desejam a guerra é uma coisa terrível. Estamos todos tristes por esta notícia. E pedimos ao Menino Jesus, por meio de sua mãe Maria, nossa Mãe, que coloque uma graça especial no coração de todas as pessoas.
Este ano soma-se mais uma expectativa àquela pelo nascimento de Jesus …
R.- Pela chegada do Papa Francisco ao nosso país. Esperamos que seja uma graça para todos. Não somente para o Iraque, mas para todo o Oriente Médio. Muitas vezes fico maravilhado com o fato de que o Senhor deu tantas coisas bonitas ao Oriente Médio. E, infelizmente, não procuramos usufruir dessas graças que o Senhor, o Deus bom, nos deu e nos dá. Rezemos com esperança, porque somos filhos da esperança.
Como se prepara a Igreja e o país para esta Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Iraque, de 5 a 8 de março próximo?
R.- É uma felicidade que coloca esperança no coração de todos os iraquianos: mesmo os não-cristãos procuram e pedem que esta visita seja uma esperança de felicidade, de paz para todo o Oriente Médio. Esta, penso eu, é a esperança que o Santo Padre nos trará. Todos nós, falando da visita do Papa, falamos de esperança.
Também há essa outra boa notícia: o Parlamento iraquiano decidiu que o Natal agora é festa nacional…
R.- Há muito que pedimos isso. Lembro-me de quando íamos ao presidente e ao primeiro-ministro. Sempre pedimos que o Natal pudesse ser um dia de festa. E, finalmente, o Senhor colocou a graça no coração desses políticos de hoje. Queremos que todos se aproximem de Deus nosso Senhor, que ama o homem e que enviou o seu Filho para dar vida a todos os homens.
Portanto, um dia de festa para os cristãos, mas também – podemos dizer – um dia no signo do colóquio inter-religioso, um dia de encontro.
R. – Certamente, este colóquio é verdadeiramente uma felicidade para todos porque o mundo precisa “ser um”. Precisa desse colóquio e, portanto, se nossos corações estão tão felizes, isso é para todos.
Feliz Natal, Dom Warduni …
R. – Igualmente e feliz ano novo. Esperamos que 2021 seja uma grande graça. Rezemos ao Senhor que nos dê paz e que o diabo nos deixa. Queremos nosso Deus que nos salvou e veio dar sua vida por todos os homens do mundo.