Em 21 de janeiro se celebra o dia mundial da religião e de combate à intolerância religiosa.
José Luís Lira – Rio de Janeiro
Uma bela canção do Padre Zezinho, maior cantor sacro do País, começa assim: “Eu vim de lá do interior/ Aonde a religião ainda é relevante/ Lá se alguém passa em frente da matriz/ Se benze e pensa em Deus/ E não sente vergonha de ter fé” e conclui: “Mas deixa eu lhe dizer/ Que eu ainda creio e quero crer/ Que sem religião não sei viver/ Não sei viver!/ Não sei viver!”. Lembrei-me destes trechos quando vejo que em 21 de janeiro se celebra o dia mundial da religião e de combate à intolerância religiosa.
O tema parece propício aos dias de hoje. Não irei aqui buscar uma definição para religião ou percorrer os caminhos que nos levam àquela que nos liga ao Altíssimo, pois, uma vida toda não é suficiente para isso. Talvez pudéssemos refletir sobre a importância da religião. A medicina já tem demonstrado que aquele que tem fé se cura mais ligeiro dos males físicos. Também os psicólogos alertam que quem crê tem mais condições de se curar dos chamados males psicológicos ou males da alma.
Vi e me emocionei, mais de uma vez, com a sinceridade de uma amiga agnóstica que dizia que não tinha orgulho de não ter fé e que quando uma pessoa sua falecia, ela não tinha nenhum conforto, enquanto que aquele que tinha fé, se apegava com Deus, com seus santos e obtinha conforto espiritual. Rachel de Queiroz dizia que quem tivesse fé, mesmo que pequeninha, cultivasse-a, adubasse-a, de tudo fizesse para que sua fé rendesse. Quem não tem o sobrenatural em sim, tem uma falha…, afirmava. Após sua morte, um colega seu de Academia Brasileira de Letras disse: “Agora dormes na fé… O tempo recolhe os molhos/ de cristal, agora vês:/ dos pés à cabeça: Deus”.
A fé é dom de Deus. Dom significa dádiva, presente recebido de Deus. Fé é o fermento da boa religião. No ocidente, temos uma predominância do cristianismo, aqueles que seguem Jesus, o Cristo. Sua mensagem de amor, de paz e de misericórdia moveu e move milhares de seres que o conheceram ou que meditaram suas palavras. Temos muitas religiões e quando se fala em combate à intolerância religiosa, o ideal é que nos respeitemos a todos e sigamos a religião que elegemos. Vemos muitas guerras e lutas desnecessárias, em nome de Deus que é AMOR.
Lembro-me das batalhas de tantos líderes pela paz entre as religiões, pela boa-convivência entre fé e ciência e meus olhos se volvem à imagem querida do Papa de minha geração, São João Paulo II. Uma cena dele, em sua infância, nos dimensiona a grandiosidade dele. Em resposta a uma pessoa que discriminava um colega seu que era judeu, ele contestou a intolerante: “somos filhos do mesmo Pai”. O santo também pediu perdão a cientistas cujas teses não foram aceitas pela Igreja e assim por diante. Depois de tanto ler sobre ele, chego à conclusão de que por ser santo, ele tinha uma ligação muita próxima com Deus, por isso entendeu tão bem que Deus é o mesmo.
Vejo na atualidade a ciência brilhando dentro da Igreja e sem me tornar suspeito, cito o amigo-irmão Cícero Moraes que orquestra um trabalho belíssimo, por meio do qual, a ciência revela os rostos da fé por meio de crânios dos santos, tão preciosos à Igreja. Sou feliz de ter participado de alguns destes trabalhos. Finalmente, espero que o respeito, arraigado no amor e na fé, reine entre todos os povos.
José Luís Lira – Cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém – Lugar Tenência do Rio de Janeiro – RJ.