Uma nota de seguro condenação de tudo o que viola a dignidade e a segurança de homens e mulheres que se deslocam da Venezuela para a Colômbia foi emitida pelo Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados da América Latina e do Caribe. De acordo com os últimos dados, são cerca de 2 milhões de pessoas fugindo de Caracas, desde 2015, devido a uma grave crise política, econômica e social.
Lisa Zengarini – Vatican News
O Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados da América Latina e do Caribe (JRS-LAC) emite uma nota na qual deplora as medidas tomadas pelas autoridades da Colômbia para impedir a entrada irregular de migrantes da Venezuela no país: é um seguro não a “ações em detrimento da dignidade humana e da proteção dos direitos fundamentais dos migrantes e refugiados”. Em particular, lamentam o “uso excessivo da força” pelas forças de segurança em Bogotá e exortam o governo colombiano a “implementar as medidas globais necessárias para proteger a vida e os direitos humanos de todas as pessoas, independentemente da sua nacionalidade e status migratório”.
Da mesma forma, os jesuítas sublinham “a necessidade de aplicar os mecanismos de proteção dos direitos humanos, ratificados pela Colômbia, com particular atenção à garantia de acesso ao território e ao mecanismo de determinação do status de refugiado”. Em particular, o Serviço Jesuíta lembra a “Declaração de Cartagena”: redigida em 1984, estende a definição de refugiado às pessoas que fogem da sua pátria porque “a sua vida, segurança ou liberdade está ameaçada por violências generalizadas, uma agressão estrangeira, um conflito interno, violações maciças dos direitos humanos ou outros distúrbios graves da ordem pública”.
Uma interação natural e histórica a ser protegida
“A fronteira colombiana-venezuelana é uma fronteira viva”, continua a nota dos jesuítas, “atravessada por uma cultura compartilhada”. Com base, portanto, no “reconhecimento desse tecido que une as duas nações”, o Serviço Jesuíta exorta “ao respeito e à promoção destas dinâmicas, numa relação recíproca entre os Estados, a fim de proteger essa interação natural, cultural e histórica que representa a identidade dos habitantes das regiões de fronteira”. Um outro apelo é dirigido a “todos os homens e mulheres de fronteira” para “promover uma cultura de hospitalidade”, de “convivência e integração”, superando as dificuldades e se unindo “através da reconciliação e da prática de uma convivência saudável”.
De acordo com os últimos dados, os imigrantes venezuelanos na Colômbia são cerca de 2 milhões, dos quais cerca de 55% são imigrantes irregulares. O que causou o êxodo de Caracas, desde 2015, foi a grave crise política, econômica e social do país. Mas uma vez estando em Bogotá, os venezuelanos correm o risco de serem recrutados por grupos armados ou de acabarem trabalhando em plantações ilegais, sofrendo discriminação, violência sexual e prostituição forçada. Muitas vezes obrigados a viver em condições difíceis, sem acesso à água e em condições sanitárias precárias, os migrantes agora correm mais riscos por causa da pandemia da Covid-19: conforme anunciado pelo presidente colombiano, Iván Duque, na verdade, eles só serão vacinados se estiverem em conformidade com a lei de imigração.