Olá! Espero que você esteja na felicidade e na paz!
A palavra sombra pode gerar duas interpretações diferentes: para quem está caminhando sob o sol forte, a sombra é uma maravilha. Uma pequena árvore, mesmo que não gere uma sombra completa, é capaz de proporcionar uma grande sensação de conforto e tranquilidade; portanto, neste sentido, a sombra é algo desejável. Como é bom poder usufruir de uma boa sombra!
Por outro lado, a palavra sombra é sinal de falta de luz ou de lado contrário ao iluminado; portanto, remete ao sombrio e muitas vezes ao assustador, perverso e maléfico. Neste segundo sentido, a sombra não é nada boa e, muito menos, desejável.
Será que há alguém que não tenha sombras dentro de si? Será que alguém pode se gabar de ser totalmente iluminado e completamente isento de qualquer cantinho obscuro?
A experiências e os estudos da mente humana nos orientam a responder com muita cautela às perguntas anteriores. Na verdade, tudo leva a crer que todas as pessoas trazem consigo algumas sombras. Algumas vezes estas sombras são bem administradas e domesticadas; outras são indóceis e rebeldes. Nos dois casos são sombras, não tenha dúvida!
Tomar consciência das sombras que existem dentro de nós não é nada fácil. Muito frequentemente o próprio psiquismo cuida de esconder as sombras que marcam nossa história e de criar mecanismos que nos defendem dos fantasmas que moram nas sombras desconhecidas.
Todo este contexto nos permite fazer duas considerações sobre as sombras que subjazem em cada pessoa: a primeira é perceber que estas sombras oferecem esconderijos (inconscientemente) bastante atraentes e aparentemente seguros; zonas de conforto capazes de seduzir e de gerar a falsa sensação de que tudo está bem ou de que certo ponto de vista sobre algo é correto e verdadeiro.
A submissão à sombra pode levar à comodidade, ao conforto e à convicção de que se tem uma visão privilegiada sobre as coisas, quando, na verdade, o que se tem é uma visão opaca, obscura, imprecisa e equivocada das coisas, pois uma visão sem a devida luz.
A segunda consideração relevante é que é possível lançar luz sobre as sombras. Isso mesmo: um facho de luz, por menor que seja, é capaz de dissipar a maior escuridão. Um palito de fósforo, aceso numa estrada escura, gera um imenso clarão; uma centelha de luz, ainda que dure segundos, faz grande diferença. Diante da luz as maiores sombras se apequenam e desaparecem.
O caminho não é negar as inevitáveis sombras. O caminho é não se conformar com elas e não se sentir confortável com os eventuais ganhos que elas oferecem. O caminho é lançar luz, acender uma velinha, uma lamparina, uma lanterninha de celular. Até os monstros escondidos nas sombras são menos assustadores quando colocados sob a luz.
Você tem consciência de algumas de suas sombras? Você cultiva a coragem de iluminar seus recantos escuros ou vive confortavelmente como se não os tivesse?
Um abraço iluminado para você!