Os critérios da fé são os seguintes: a unicidade de toda a Escritura; a Tradição viva da Igreja; e levar em conta a analogia da fé.
A Bíblia é um conjunto, onde cada livro, cada frase tem o seu lugar e a sua função para nos revelar o Projeto de Deus. As suas várias partes são como tijolos numa grande parede: juntos formam o desenho do Projeto de Deus. Este critério da Unidade da Escritura proíbe isolar textos, arrancá-los de seu contexto e repeti-los como verdades isoladas e absolutas. Um tijolo apenas não faz toda a parede. Um traço só não faz o desenho do rosto. A Bíblia não é um caminhão de tijolos, mas uma lar onde se pode morar.
A Tradição envolve a Bíblia antes, durante e depois. Antes de ser escrita, a Bíblia era narrada. Foi sendo escrita dentro de um processo de transmissão das histórias e tradições do povo. No fim, uma vez escrita, continuou e continua sendo transmitida de geração em geração, até hoje. O texto bíblico não caiu pronto do céu, mas nasceu de dentro e em função de uma situação concreta do povo de Deus. E como tal deve ser lida e vivida.
O texto deve ser lido não só dentro do conjunto da Bíblia, nem só dentro do conjunto da Tradição, mas também dentro do conjunto da vida atual da fé da Igreja. Deve obedecer não só às exigências de fé de ontem, mas também às exigências de fé de hoje. A fidelidade à Palavra exige que ela se torne contemporânea dos homens de hoje (São Paulo VI). Deve levar em conta as dificuldades que o homem moderno tem para crer.