Centro América: bispos alarmados com o crescente número de refugiados

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A “rota mortal” do Darién não detém milhares de migrantes. O aumento exponencial do número de migrantes em trânsito levou o bispo da diocese colombiana de Apartadó, dom Hugo Alberto Torres Marín, a soar o alarme porque está ocorrendo uma verdadeira “crise humanitária” nas áreas de Urabá e Darién.

Vatican News

A região de Darién, também conhecida como Tapón de Darién e selva de Darien, inclui alguns territórios da província do Panamá, na República do Panamá, e o norte do departamento de Chocó, na Colômbia. É uma área selvagem e pantanosa, entre selvas, rios e montanhas, que atua como uma barreira à comunicação entre os dois Estados, e é conhecida pela travessia ilegal de migrantes da América do Sul (principalmente venezuelanos) para os Estados Unidos em busca de um porvir melhor.

Voz de alarme

A Agência Fides informa que o bispo da diocese colombiana de Apartadó, dom Hugo Alberto Torres Marín, decidiu dar o alarme porque existe uma verdadeira “crise humanitária” nas áreas de Urabá e Darién.

“Entre 1.800 e 2.100 pessoas chegam e deixam o município de Necoclí todos os dias, e estamos começando a ver casos de mendicidade, roubo, exploração sexual e tráfico de pessoas”.

Os esforços e ações oferecidos pelo governo e organizações para apoiar a população migrante refugiada e a população civil não são mais suficientes, por isso o bispo pede a implementação de um plano de emergência.

Em busca de novas oportunidades para uma vida melhor

Diante do agravamento da situação, a Rede Clamor – a rede eclesial latino-americana comprometida com a migração, refugiados, tráfico e deslocamento – lançou uma campanha digital intitulada “O Darién não é a estrada, é uma barreira”, com a qual quer demonstrar, através de suas equipes pastorais que trabalham na região, que esta é “a rota mais perigosa da América Latina, uma rota mortal” que, no entanto, não parece deter os milhares de migrantes que decidiram percorrer estas estradas em busca de novas oportunidades para uma vida melhor.

A Rede Clamor convida a “se aproximar e reconhecer os sonhos e desejos que estão no coração de cada um dos homens e mulheres que, na maioria dos casos, tomam esta decisão por seus filhos e filhas”. No entanto, exige “reflexão, avaliação e consciência antes de embarcar nesta viagem que para muitos é mortal”.

“O objetivo da campanha digital é convidar à reflexão todos aqueles que estão pensando em embarcar nesta viagem mortal”.

Cinco ondas de migração

Segundo o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), o número total de pessoas que cruzaram a selva este ano quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado: de 2.928 nos dois primeiros meses de 2021 para 8.456 no mesmo período de 2022. O número deste ano inclui 1.367 crianças e adolescentes.

O êxodo de venezuelanos de seu país começou em 2002. Desde então, houve cinco ondas de migração, segundo os observadores, devido a fatores políticos, econômicos, de insegurança e violência. É a maior crise migratória e humanitária já registrada na América Latina.

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