Em sua homilia na Missa da meia-noite – cujo texto foi antecipado à AsiaNews -, o patriarca caldeu recorda as crises “cada vez mais graves” que afligem o planeta: divisões, conflitos e injustiças. O tema das “minorias” que estão “cada vez mais oprimidas” junto com os “deslocados” por causa da guerra. A reconstrução do Iraque a partir de suas origens e valores, para reconstruir a confiança no “tecido social”
Vatican News
O Natal chega “num momento em que o mundo está sofrendo” com crises “cada vez mais graves” como a “guerra mortal” entre Ucrânia e Rússia, assim como “divisões, conflitos e injustiças” em muitas partes do mundo, incluindo Iraque, Síria, Líbano, Palestina e Iêmen. Estas são palavras do primaz caldeu, o cardeal Louis Raphael I Sako, em sua homilia na Missa da meia-noite aos sacerdotes e fiéis no país árabe e da diáspora no mundo inteiro, cujo texto foi antecipado para a agência AsiaNews.
Em seu homilia, o purpurado lembra “em particular as minorias” que são cada vez mais oprimidas, objeto de violência e roubo, juntamente com os “deslocados” por conflitos alimentados por “posições e interesses diferentes”.
Natal, presença contínua de Deus em nosso meio
No entanto, o nascimento de Cristo “ensina a fé” através da “presença contínua de Deus em nosso meio”, uma presença que é “eterna” no amor e na misericórdia, ressalta o purpurado.
A missa da meia-noite, antecipam fontes do patriarcado, contará com a presença do presidente da República Abdul Latif Rashid, do primeiro ministro Muhammad Shia’a al Sudani e de personalidades institucionais e religiosas cristãs e muçulmanas. Um momento de recolhimento e unidade, diante do risco de uma nova deriva extremista, como testemunhado pelos ataques dos últimos dias.
Voltar às nossas origens e valores
“O Iraque – observa o primaz caldeu – é um país de civilizações, culturas e glórias, com grandes personalidades de todas as religiões. É hora de voltarmos às nossas origens e valores, construir confiança no tecido social e nos educarmos para aceitar a diversidade”.
O Natal é um projeto teológico no nível da fé, do ser humano e da vida, que ajuda uma pessoa a recuperar os valores espirituais e morais para viver em amor e paz com os outros. O Natal não é apenas uma celebração de um aniversário de dois mil anos ou um evento folclórico com um fascino exterior, tais como decorações, presentes, visitas, diz o patriarca Sako.
A esperança trazida pelo Natal deve continuar
O Natal não terá fim, e a esperança de uma nova humanidade capaz de viver em paz, amor e perdão permanece um desejo vivo no coração de cada ser humano: “Na noite de Natal o ódio é extinto, a terra floresce, a guerra é abolida, o amor germina”. Esta esperança deve continuar, exorta o purpurado.
Nossos medos e desejos encontram no nascimento e ressurreição de Cristo a esperança de um final feliz: “Quando enchemos nossos corações de esperança, estamos no Natal”.
Esta esperança deve energizar os corações dos bons e unir seus esforços para acabar com o sofrimento das pessoas através da construção de um ambiente melhor, onde cada cidadão, independentemente da cor, gênero ou religião, viva com dignidade, liberdade e satisfação.
Viva o Iraque!
O Natal nos ensina a ser agentes de paz, caridade, defesa dos oprimidos, alívio para órfãos, viúvas e pobres, e não podemos crescer e nos desenvolver sem uma vida espiritual, valores morais e cooperação para restaurar a harmonia neste mundo. Criado por Deus que no-lo confiou para organizá-lo, preservar e prosperar.
Oremos e digamos – conclui o primaz caldeu: “Ó Senhor da paz, concedei a paz e a estabilidade a nosso país e ao mundo. Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Viva o Iraque!”
(com AsiaNews)