Morre Bento XVI, “humilde trabalhador na vinha do Senhor”.

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Papa emérito morreu às 9h34 deste sábado, 31 de dezembro.

Comunicado do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni: “Com pesar informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 09h34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”.

Desde quarta-feira passada, quando o Papa Francisco afirmou que seu predecessor estava muito doente, fiéis do mundo inteiro se uniram em oração pela saúde do Papa emérito. Bento XVI tinha 95 anos e vivia no Mosteiro Mater Ecclesiae desde sua renúncia ao ministério petrino, em 2013.

O corpo do Papa emérito estará na Basílica de São Pedro para a saudação dos fiéis a partir da segunda-feira, 02 de janeiro.

Ao expor-se ao mundo como novo Papa, assim se dirigiu ao povo o Papa Bento XVI: “Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor”. O Papa emérito Bento XVI, o grande, despediu-se no último dia do ano de 2022, de nosso tempo e voltou para a lar do Pai. Acompanhamos com as orações para que esteja junto de Deus na grandeza e agradecemos a Deus pela sua missão entre nós. Permanecerá seu exemplo, seus escritos, seu legado.

De fato, Bento XVI foi um trabalhador humilde a quem a coragem não faltou. “O pastor moderado e seguro” enfrentou com muita determinação alguns escândalos que surgiram na Igreja, como a terrível ferida dos abusos sexuais de menores por parte de membros do clero. Ele foi o primeiro Papa que encontrou as vítimas desse crime horrível; e o fez sem clamor, distante dos refletores, em Malta, nos Estados Unidos, na Austrália e no Reino Unido.

Dispôs novas regras para assegurarem uma “tolerância zero” àqueles que se mancham desse delito. E, no Ano Sacerdotal, há 150 anos da morte de Cura d’Ars, evocou uma nova transparência. As suas palavras têm a força de uma profecia: “Devemos achar uma nova resolução na fé e no bem. Devemos ser capazes de penitência. Devemos nos esforçar para tentar tudo o que for possível, na preparação do sacerdócio, para que uma coisa semelhante não aconteça mais. Mas este também é o lugar para agradecer de coração todos aqueles que se comprometem em ajudar as vítimas e em dar, novamente a elas, a confiança na Igreja, na capacidade de acreditar na sua mensagem” (20 de dezembro de 2010).

Pastor moderado e seguro, comprometido com a transparência, Bento XVI expressou a mesma determinação no processo de renovação do IOR e da gestão das atividades econômicas no Vaticano. E isso, mesmo com os sofrimentos, inclusive pessoais, que teve de suportar por causa do escândalo “Vatileaks”. Mais uma vez, atingiu a brandura do Papa que perdoa o assistente de quarto que lhe tinha roubado documentos privados, um gesto que lembra o perdão do Papa João Paulo II a Ali Agca.

Vatican News

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