Leitura Orante da Bíblia – Parte 03

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A Lectio Divina é o momento forte do confronto entre a vontade de Deus e as próprias aspirações. Meditar a Palavra de Deus é fazer o que fazia o filho pródigo quando estava distante da lar do Pai: cair em si e confrontar-se com a vida na lar do Pai, com a Palavra de Deus; resolver mudar de ideia e de vida, por mais doloroso que seja; erguer-se e decidir voltar para o Pai, para os irmãos e as irmãs.

Para que a Lectio Divina não fique entregue às conclusões dos próprios sentimentos e pensamentos, mas tenha uma firmeza maior, é relevante levar em conta três exigências fundamentais:

1ª Exigência: confrontar com a fé da Igreja. Confronte sempre o resultado da sua Leitura com a comunidade a que você pertence, com a fé da Igreja viva. Do contrário, pode acontecer que o seu esforço não leve a lugar nenhum. Pois é lá, na pequena comunidade eclesial, alimentada e sustentada pela Palavra de Deus, que nasce a fé da igreja, como da pequena fonte nasce o rio que irriga a terra.

2ª Exigência: confrontar com a realidade. Confronte sempre aquilo que você lê na Bíblia com a realidade que vivemos. Quando a Lectio Divina não alcança seu objetivo na nossa vida, a causa nem sempre é falta de oração, falta de atenção à fé da Igreja ou falta de estudo crítico do texto. Muitas vezes, é simplesmente falta de atenção à realidade nua e crua que vivemos. Dizia Cassiano: “Quem vive na superficialidade, não atinge a fonte dos Salmos”.

3ª Exigência: confrontar-se com o resultado da exegese. Confronte sempre as conclusões de sua leitura com os resultados da exegese que investiga o sentido da Letra. A Lectio Divina deve procurar o sentido do Espírito. Porém, querer estabelecer o sentido do Espírito sem fundamentá-lo na Letra é o mesmo que construir um castelo no ar, no dizer de Santo Agostinho. É cair no erro do fundamentalismo.

(3ª Parte do Artigo de Dom Félix sobre a Leitura Orante da Bíblia)

Fonte

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