A crise no Peru começou em 7 de dezembro com a prisão do ex-presidente Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso. Os mortos nos protestos que se seguiram são mais de 50. O Papa também recordou os sinais positivos vindos de Camarões, abalado por um conflito desde 2016.
Vatican News
Em sintonia com os muitos peruanos presentes na Praça São Pedro para o Angelus, o Papa fez um convite a todos para rezarem pelo fim dos atos de violência no Peru:
A violência extingue a esperança de uma solução justa para os problemas. Encorajo todas as partes envolvidas a enveredar pelo caminho do colóquio entre irmãos da mesma nação, no pleno respeito dos direitos humanos e do Estado de direito.
Francisco uniu-se aos bispos peruanos para dizer: “Não à violência, venha de onde ela vier! Não mais mortes!”
Em 20 de janeiro os bispos peruanos divulgaram uma mensagem à nação, onde deploram a violência que já ceifou a vida de mais de 50 pessoas: “Vemos com muita dor o duro confronto político e social em nossa pátria, assim como o sofrimento de todos os feridos, civis e policiais”.
Na mensagem, a Conferência Episcopal do Peru faz um forte apelo: “Queremos a paz!”, e pede uma rápida investigação para identificar e punir os responsáveis.
A crise no Peru começou em 7 de dezembro com a prisão do ex-presidente Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso. Agora os protestos também pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte.
“No Peru, todos somos necessários para construir a pátria. Chega de promover polarizações! Deixemos de ferir uns aos outros! Chega de enfrentamentos! Esta situação exige colóquio, escuta e decisão. Sejamos construtores da paz com justiça!”, diz a mensagem lida por Dom Miguel Cabrejos, presidente do episcopado peruano.
Esperança na resolução do conflito em Camarões
Também o interminável conflito na República dos Camarões recebeu a atenção do Santo Padre, que destacou os sinais positivos surgidos nos últimos dias:
Chegam sinais positivos de Camarões, que dão esperança de um progresso na resolução do conflito nas regiões de língua inglesa. Encorajo todas as partes signatárias do Acordo a perseverar no caminho do colóquio e da compreensão recíproca, porque só no encontro se pode projetar o porvir.
Desde 2016, as regiões noroeste e sudoeste de Camarões são dominadas por um conflito sangrento entre os separatistas de língua inglesa e os militares do Estado de maioria francófona. A violência já provocou mais de 6 mil mortes e cerca de um milhão de deslocados.