Falando da importância da Palavra de Deus como alimento da vida espiritual, diz o Concílio Vaticano II: “A leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada da oração, a fim de que possa desenvolver-se em colóquio entre Deus e o homem; pois que quando rezamos, falamos com Deus; escutamo-lo, quando lemos os oráculos divinos” (DV 25).
Serve a leitura de iniciação, ponto de partida para o colóquio interior: a palavra escrita torna-se então palavra viva que Deus mesmo ilumina no fundo do espírito recolhido, dando-lhe a compreender o sentido e as aplicações práticas na vida cotidiana. Assim, da leitura passa o orante à atitude de Maria de Betânia “que, sentada aos pés de Jesus, ouvia sua palavra” (Lc 10, 39). Trata-se da atenção amorosa que Jesus definiu a “única coisa necessária” e “a melhor parte” (Lc 10, 42), entendo dizer que vale mais uma hora a ouvir a palavra de vida eterna que mil ocupações materiais.
Espontaneamente, depois de ouvir, entra o fiel em oração, que é sua resposta à Palavra e à luz do Senhor: é adesão, aceitação, abandono, ímpeto de amor para com Deus, renovado fervor no seu serviço, bons propósitos, ação de graças. A Sagrada Escritura e, particularmente, o Evangelho, as orações do Missal e a Liturgia das Horas oferecem os mais belos e eficazes temas de meditação, justamente por serem palavra de Deus e palavra da Igreja.