Aos pastores, ministros e quem é revestido de autoridade exige-se comprovada maturidade espiritual, para saber discernir os caminhos de Deus. Às vezes, a carne da nossa fragilidade humana pode ameaçar autenticidade e fidelidade pessoal e ministerial, com interesses espúrios e ambíguos, em que predomina não o Espírito do Senhor, mas o mundanismo espiritual que, diz o Papa Francisco “se esconde detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja” (EG 93).
Para o discernimento, pede-se disponibilidade interior e o exercício da escuta. Como é bonito achar alguém que sabe escutar, com mente e coração atentos! Na vida eclesial, sobretudo, em nós, o povo deve achar essa disponibilidade. No Antigo Testamento, o povo de Deus, repetidas vezes, recebe a ordem: ‘Escuta, Israel’; e, pela falta de escuta, o povo se esquece do seu Deus: ‘Oxalá, escutásseis hoje sua voz’. Jesus, filho desse povo, recomenda aos seus discípulos que escutem a Palavra; essa disponibilidade é dos que recebem a semente em terra boa. A grandeza da Maria, a Mãe, sobressai por essa capacidade.
Uma recomendação do Papa Francisco: “Precisamos de nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual” (EG 171).