A moralidade das vacinas contra a Covid-19

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A pandemia nos remete não apenas a um contexto de incertezas sanitárias, como também nos oferece densas provocações de natureza ética. O cuidado de si mesmo e do outro, especialmente quanto ao enfermo, e a amizade social que, esperamos, povoe o mundo, integram de forma urgente a agenda contemporânea, com a qual nós, cristãos, somos convidados a nos empenhar. É o que afirma Dr. Deivid Carvalho, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos.

Para Dr. Pe. Aníbal Lopes, médico e membro da Pontifícia Academia pro Vita, a moralidade das vacinas contra a covid-19 precisa ser esclarecida justamente agora quando começa em todo o mundo o esforço de vacinação da população, iniciando com grupos priorizados pelas autoridades de saúde. Diante das informações oficiais e do desafio da desinformação, há um esforço para esclarecer fatos e boatos ligados aos imunizantes, essenciais para o enfrentamento da pandemia.

Saúde, solidariedade e ética caminham juntas, diz Dom Joel Portela, secretário da CNBB. Vacinar é um ato humano que está ligado a várias dimensões do ser humano, das quais três se destacam. Em primeiro lugar, vacinar é um ato de saúde, pois nos preserva da infecção com o vírus que poderá até nos levar à morte. Em segundo lugar, vacinar é um ato de solidariedade, pois evita que nos tornemos transmissores de doenças, caso estejamos contaminados e, às vezes, nem saibamos. Em terceiro lugar, vacinar é um ato ético, pois faz emergir em nós a dimensão da responsabilidade não só diante de nosso próprio corpo, mas também diante das outras pessoas.

Para Dom Joel a vacina nos apresenta um modo bem específico de ver e assumir a vida, um sentido que não olha só para si, mas olha igualmente para além, mostrando-nos que nenhum de nós é o centro do mundo, mas, ao contrário, vivemos todos numa intrincada e fabulosa rede de convivência.

Ainda destacando o aspecto ético, ele recorda que possuímos um corpo e que temos direito sobre ele. Entretanto, esse direito não é absoluto; nosso corpo existe não para fazermos com ele o que bem entendermos, mas para expressarmos, por meio dele, o que de mais bonito temos: o relacionamento. Pela corporeidade, expressamos nossa humanidade comum.

Para o secretário da CNBB, a dimensão ética do ato humano de se vacinar nos situa para além dos individualismos fanáticos, fechados e patológicos. Ela nos faz ver a vida onde ela realmente está na comunhão com todos os irmãos e irmãs, em relação aos quais somos efetivamente responsáveis. E acrescenta: Num tempo de individualismos exacerbados e de polarizações violentas, precisamos nos vacinar não apenas contra o coronavírus, mas também para nos protegermos desses males.

Dom Félix

Fonte: Site da CNBB.

 

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