Irmã Maria do Desterro Rocha Santos foi recebida como nova presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e expressou sua felicidade em servir mais de 33.000 religiosos. A CRB, fundada há 70 anos, visa animar a vida consagrada no Brasil e compartilhar carismas entre as congregações.
Vatican News
A presidente da CRB, Irmã Maria do Disterro Rocha, acompanhada pela assessora de comunicação, Irmã Neusa Santos, visitou a Rádio Vaticano – Vatican News nesta sexta-feira (03/10) e conversou com Silvonei José sobre a CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil – e sobre a vida consagrada no Brasil.
Na conversa a irmã Maria do Desterro Rocha Santos da congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, as Irmãs Cordimarianas recebeu os parabéns pela nova missão que teve início no último mê de julho.
Uma missão para o próximo triênio. Que sensação é essa, de ser, eu não digo líder mas aquela que acompanha mais de 33000 religiosos no Brasil? “Abraço grande a todos e todas e pra mim foi um chamado de Deus, porque eu pensava quando meu nome foi indicado, como é que eu, uma pessoa tão pequena, numa congregação brasileira, fundada pelo padre Júlio Maria de Lombaerde, numa numa comunidade pequena porque o nosso fundador ao nos fundar disse, ‘esta obrazinha pequenina entre as pequeninas’. E me coloquei a serviço e recebi de toda a assembleia da CRB nacional, esse mandato. A sensação é de que estou a serviço. Naquele dia 11 de julho, de fato, coloquei o avental do serviço para servir e me colocar à disposição de toda a vida consagrada do Brasil, de norte a sul, de leste a oeste. Então é uma felicidade muito grande porque sei que não estou sozinha. Ao meu lado são muitos e muitas religiosas e religiosos com as com os quais nós podemos contar sempre”.
Irmã Maria durante a enrevista com Silvonei José
E agora a senhora é a presidente da Conferência dos religiosos do Brasil. Vamos começar pela Conferência dos Religiosos. Explica pouquinho pra gente o que que é essa Conferência. “A Conferência dos Religiosos do Brasil é uma organização fundada há 70 e anos, a partir do encontro de uma assembleia de superiores maiores provinciais, gerais, que aconteceu no Rio de Janeiro. E é, podemos dizer que uma Conferência ligada à igreja. Porque nós somos pontifícia. E é claro, de todos os superiores maiores, pois são eles que que nos escolhem, que nos indicam também. Então estamos aí para animar a vida consagrada, para estar perto, para congregar os carismas, sobretudo hoje que nós falamos da intercongregacionalidade, que é a partilha dos carismas. E eu tenho dito sempre que nós da vida consagrada, nós nem imaginamos os espaços onde nós estamos, porque no imenso Brasil nós conseguimos estar em espaços que a gente nem consegue imaginar, que irmãs vão lá, irmãos também, e isso nos dá muita felicidade. E claro, nós podemos contar com muitas assessorias. A irmã Neusa, é da assessoria de comunicação, mas temos assessores da missão, da comunicação, temos assessores da formação inicial e permanente, da juventude, do serviço da pastoral, do serviço vocacional, que acontece sempre em comunhão com a Igreja. Sempre em comunhão com a igreja porque nós somos a igreja de Cristo também”.
Que fotografia a senhora faria hoje da vida consagrada no Brasil? “Existem muitos gritos. Na verdade na nossa assembleia, nós refletimos a vida religiosa consagrada como sentinela de esperança em tempos de travessia. Vivemos, vivenciamos grandes travessias, a travessia da diminuição numérica, a travessia do envelhecimento, a travessia das poucas entradas, mas ainda somos grande número. E somos convidadas justamente a olhar a nossa vida a partir do norte, a partir do horizonte que é o próprio Cristo, a não perder a esperança, a nos colocar a serviço. Então eu olho a vida consagrada com muita esperança, eu olho com muita felicidade, e esses poucos meses, – que eu cheguei a Brasília no dia 8, aliás no dia 18 de agosto, próximo passado -, tenho recebido por parte de provinciais gerais o aceite de quando nós convocamos algumas alguma irmã, algum irmão para nos ajudar. Então nós temos muitos braços. E também temos, no Brasil todo, 20 secções regionais pra dizer que em cada regional tem grupo de religiosos e religiosas que estão na base animando a vida consagrada. Então é com muita esperança e com muita felicidade de poder dizer assim, que Deus não desistiu do seu povo, Deus continua chamando, e ele nos chama justamente pra colocar o nosso coração a serviço da vida, sobretudo a vida mais ameaçada”.
Dicastério
As representantes da CRB Nacional também foram recebidas pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, e pela diretora teológica do mesmo organismo, Nataša Govekar. Nesse encontro, refletiu-se sobre os caminhos da comunicação a serviço da evangelização. Na ocasião, Irmã Neusa Santos ressaltou que “é preciso comunicar com criatividade, fidelidade e abertura às novas linguagens digitais, para que a vida religiosa continue a dialogar com o mundo e a evangelizar neste tempo de comunicação em rede”.
Irmã Neusa, Paolo Ruffini, irmã Maria do Disterro e Nataša Govekar.
Esse primeiro dia de missão em Roma foi mais que uma agenda de trabalho: tornou-se um sinal de comunhão para a vida religiosa no Brasil, que segue em sua missão de servir e evangelizar.
Eis a íntegra da conversa:
