Embora os cidadãos estrangeiros residentes na África do Sul, mas sem documentos, não sejam elegíveis no fundo de ajuda COVID-19, várias organizações não governamentais juntamente com a Igreja Católica têm oferecido e continuam a oferecer apoio aos que mais necessitam de pacotes alimentares ou cestas básicas.
Sheila Pires – Radio Veritas, Joanesburgo, África do Sul
Desde o início do Confinamento, a Igreja Católica em toda a África do Sul tem prestado assistência aos mais vulneráveis, incluindo migrantes/refugiados e requerentes de asilo com necessidades básicas tais como cobertores, produtos de higiene e alimentos. No entanto, devido à perda de emprego, muitos ficaram sem abrigo/lar, uma vez que não tinham dinheiro para pagar a renda.
Falando ao Vatican News a Irmã Maria de Lurdes Lodi Rissini mscs, Coordenadora Nacional da Caritas e da Pastoral dos Migrantes e Refugiados na Conferência dos Bispos Católicos Sul-Africanos, diz que juntamente com advogados de defesa dos direitos humanos e outros grupos de defesa, conseguiram ajudar alguns migrantes e refugiados que foram despejados devido à falta de pagamento durante o confinamento a nível nacional na África do Sul.
Até ao momento presente, milhares de migrantes na província de Gauteng beneficiaram do Comité Alimentar de Gauteng, cujo objectivo é ajudar os mais necessitados, especialmente as comunidades migrantes. O Vatican News falou com líderes da comunidade Angolana em Joanesburgo e com o Padre Arnaldo Nyathi, Pároco da Igreja Católica dos Santos Anjos, sobre a assistência prestada pelo Comité Alimentar de Gauteng.
O Reitor de Joanesburgo Sul e Pároco da Igreja Católica de São Patrício, P. Jorge Armando Guerra, juntamente com o movimento de São Vicente de Paulo e a ajuda dos paroquianos locais, também têm fornecido pacotes alimentares a várias comunidades no Sul de Joanesburgo.
Embora a África do Sul esteja a enfrentar um aumento alarmante de casos de violência baseada no género e femicídio, o espírito do Ubuntu “Eu sou, porque tu és” tem sido sentido entre os cidadãos através dos vários programas de promoção alimentar em todo o país.
De referir que a África do Sul conta neste momento com cerca de 160 mil pessoas infectadas com o Covid-19.