Angelus, Papa: amar Jesus significa servi-lo nos pequeninos e nos pobres

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O Papa Francisco convida a não se voltar para o outro lado diante dos pobres, dos doentes, dos presos, dos mais fracos. A reflexão que precedeu o Angelus deste domingo foi lida por monsenhor Braida, na Capela da lar Santa Marta.

Silvonei José – Vatican News

“Hoje não posso assomar à janela porque tenho esse problema de inflamação nos pulmões”. Foi o que disse o Papa Francisco, em conexão vídeo da Capela da lar Santa Marta, para a recitação do Angelus neste domingo, explicando que monsenhor Braida “lerá a reflexão, que a conhece bem porque é ele quem a faz, e sempre a faz muito bem. Muito obrigado por sua presença”. Monsenhor Paolo Braida é chefe de escritório da Secretaria de Estado.

“De acordo com os critérios do mundo, – destaca o texto lido por mons. Braida – os amigos do rei devem ser aqueles que lhe deram riqueza e poder, que o ajudaram a conquistar territórios, a vencer batalhas, a tornar-se grande entre outros governantes, talvez aparecer como uma estrela nas primeiras páginas dos jornais ou nas mídias sociais, e a eles ele deveria dizer: “Obrigado, porque vocês me tornaram rico e célebre, invejado e temido”. Isso de acordo com os critérios do mundo.

“No entanto, de acordo com os critérios de Jesus, os amigos são outros: são aqueles que o serviram nas pessoas mais frágeis”, afirma o Papa, comentando o Evangelho da Solenidade de Cristo Rei, que “nos fala do juízo final e nos diz que será sobre a caridade”.

“O Filho do Homem”, explicou Francisco, “é um Rei completamente diferente, que chama os pobres de ‘irmãos’, que se identifica com os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os doentes, os presos”. “Ele é um Rei que é sensível ao problema da fome, à necessidade de uma lar, à doença e à prisão – continuou – todas realidades que, infelizmente, são sempre muito atuais”.

Angelus – 26 de novembro de 2023

“Pessoas famintas, sem-teto, muitas vezes vestidas como podem, enchem nossas ruas: nós as encontramos todos os dias. E também com relação à enfermidade e à prisão, todos nós sabemos o que significa estar doente, cometer erros e arcar com as consequências”.

O Papa enfatizou  no texto lido que “o Evangelho de hoje nos diz que somos ‘benditos’ se respondemos a essas pobrezas com amor, com serviço: não olhando para o outro lado, mas dando de comer e beber, vestindo, hospedando, visitando, em uma palavra, estando perto dos necessitados”.

E isso porque “Jesus, nosso Rei que se define Filho do Homem, tem suas irmãs e irmãos prediletos nas mulheres e homens mais frágeis”. “E o estilo com o qual os seus amigos são chamados a se distinguirem, aqueles que têm Jesus como Senhor, é o seu próprio estilo”, acrescentou: compaixão, misericórdia, ternura”.

“Então, irmãos e irmãs, perguntemos a nós mesmos”, insistiu o Pontífice – acreditamos que a verdadeira realeza consiste na misericórdia? Acreditamos no poder do amor? Acreditamos que a caridade é a manifestação mais real do homem e é uma exigência indispensável para o cristão? E, enfim, uma pergunta particular: sou um amigo do Rei, ou seja, sinto-me envolvido em primeira pessoa nas necessidades dos sofredores que encontro em meu caminho? O convite final do Papa foi, portanto, “amar Jesus nosso Rei nos seus irmãos mais pequeninos”.

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