Angola: Serviço Jesuíta para Refugiados, novas estratégias contra a pandemia

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Segundo o pe. Celestine Epalango, o SJR “continua servindo, acompanhando e defendendo os refugiados na província de Lunda Norte, desenvolvendo materiais de formação que visam sensibilizar a comunidade a fim de prevenir um número maior de refugiados ou o deslocamento interno de pessoas causado pelos efeitos perturbadores da Covid-19”.

Vatican News

“Depois que a Covid-19 bateu às nossas portas em meados de março, o Serviço Jesuíta para Refugiados (SJR) foi obrigado a repensar a sua missão. Não se tratava de mudar o conteúdo da missão, mas de adaptar as nossas estratégias ao novo contexto criado pela pandemia de coronavírus.”

Foi que disse o pe. Celestine Epalango que trabalha em Angola com o SJR. Segundo ele, “a organização continua servindo, acompanhando e defendendo os refugiados na província de Lunda Norte, desenvolvendo materiais de formação que visam sensibilizar a comunidade a fim de prevenir um número maior de refugiados ou o deslocamento interno de pessoas causado pelos efeitos perturbadores da Covid-19”.

Além disso, o SJR participa na promoção de iniciativas promovidas pelos refugiados, como a produção de mais de 6.000 máscaras, vendidas pelo preço de 100 Kwanzas. “Esta é uma forma concreta de promover a sustentabilidade econômica dos refugiados e fornecer meios para combater a difusão da pandemia”, sublinha o pe. Epalango. A organização oferece regularmente equipamentos de higiene aos refugiados, sobretudo aos que são vítimas da violência de gênero, e organiza sessões de demonstração de boas práticas de proteção e prevenção contra a Covid-19. O SJR também faz visitas diárias aos centros de detenção para ajudar na libertação dos refugiados que, tendo violado as regras do estado de emergência, foram presos. Em média, dois detentos são libertados por semana.

A realidade dos refugiados em Angola, assistidos pelos SJR, é muito complexa e articulada. Em 2017, um grande número de pessoas fugiu da província de Kasai na República Democrática do Congo (RDC) e entrou pelo nordeste de Angola. Esta migração forçada é o resultado de um conflito dentro da RDC, que causou o deslocamento interno de 1 milhão e 400 mil pessoas. Nesse momento, cerca de 35 mil pessoas fugiram para a província de Lunda Norte.

“Nos últimos treze anos, o SJR prestou assistência jurídica gratuita, aconselhamento psicossocial e espiritual a refugiados e requerentes de asilo, crianças desacompanhadas, órfãos, vítimas de violência de gênero, jovens mães solteiras, crianças refugiadas que não podem ir à escola e aquelas que nem sequer têm certidões de nascimento, idosos e refugiados e requerentes de asilo em Angola”, conclui pe. Epalango.

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