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Argumento é o nome que damos a um encadeamento de ideias destinadas a expor uma versão sobre alguma coisa. É uma organização de informações capaz de levar alguém a admitir a validade de determinado conhecimento sobre algo; de estimular e definir a forma de se comportar das pessoas.
O ideal é que os argumentos tenham sua própria autoridade; que carreguem consigo a força necessária para convencer os interlocutores; que transportem, em si mesmos, as razões que os tornam confiáveis e válidos. Os bons argumentos são, neste sentido, autônomos: têm em si as próprias razões de validade. Os bons argumentos portam autoridade.
Os argumentos ruins, por outro lado, se valem de força e subterfúgios. Em regra, as pessoas e instituições invocam argumentos ruins quando não possuem argumentos com autoridade. A falta de força e autoridade de um bom argumento leva ao uso de argumentos de força. A autoridade é substituída por algum tipo de autoritarismo; o fundamento das alegações não respeita a lógica e a ordem dos fatos; não guardam nexo com o que se alega.
Identificar argumentos de força não é tão difícil: o argumento que precisa ser gritado; que não pode ser questionado; que não dá ao interlocutor outra alternativa, senão obedecer, sem saber das razões… o argumento que invoca o célebre “você sabe com quem está falando?” exemplificam bem os argumentos de força e revelam pessoas que não possuem a força dos argumentos.
O uso do argumento de força está a serviço de garantir uma autoridade que a pessoa deseja (muito!) ter, mas não tem; ele, o argumento de força, mascara a trágica condição de alguém que deveria ter autoridade, mas, pela falta de habilidade e competência, não a tem e não pode admitir, pois isso implicaria deixar de ocupar lugar de suposta autoridade, então, maquia o argumento com a maquiagem barata da força e eventualmente de subterfúgios.
A substituição da força do argumento por argumentos de força acontece em todos os setores da vida social. No ambiente familiar os pais podem carecer de autoridade e isso leva-los a agir com argumentos de força; na educação os estudantes podem ser vítimas de mestres sem autoridade que invocam subterfúgios e força para coagir ou controlar; nas religiões há líderes despreparados que manipulam fieis ou subalternos com conteúdos de medo, líderes que não gozam de bons argumentos; na política há agentes eleitos (inúmeros!) que, pela absoluta incapacidade em desenvolver bons argumentos, se protegem e se projetam com base em argumentos vazios de legitimidade e cheios de força e subterfúgios.
Mas qual é o problema dos argumentos de força?
Eles estimulam crenças e comportamentos sem fundamento lógico! Desconsideram a capacidade racional das pessoas; nivelam por baixo e fomentam o espírito de manada. Os porta-vozes de argumentos de força (e logicamente aqueles que os defendem cegamente!) desenvolvem a equivocada mania de considerar bom somente quem ouve calado, bate palma, sente, pensa e age nos termos da coação do argumento de força.
Pense! Você tem facilidade para aceitar argumentos de força ou lida melhor com a força dos argumentos?